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AGRICULTURA

Excesso de umidade para plantar e dificuldade para colher: o que os agricultores do PR enfrentam no cenário pós-chuvas

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Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Erosão no solo, excesso de umidade para plantar a soja, dificuldade para colher o trigo que ainda está na lavoura: estes são alguns dos desafios que os agricultores do Paraná enfrentam no cenário pós-chuvas.

Os dados trazidos pelo Deral (Departamento de Economia Rural) no boletim desta terça-feira (25) trazem a a situação das lavouras nas regiões do Paraná.

 

A região Sudoeste do Estado foi a mais afetada pela chuvarada. Segundo boletim do Deral, o grande volume de chuvas do último mês tem dificultado as atividades de campo no Sudoeste, além de causar transtornos como enxurradas, alagamentos nas lavouras, rompimentos de terraços e muita erosão laminar. Tudo isso leva embora sementes e adubo.  A umidade também favorece incidência de doenças, a umidade causou redução na qualidade do trigo e no rendimento. Muitas lavouras foram dessecadas para a colheita mas ainda estão em campo e por isso a qualidade nas áreas colhidas é bem variada.

Os produtores da região Sudoeste devem intensificar o plantio de batata, milho e feijão com a melhora do tempo. As lavouras plantadas apresentam um desenvolvimento aquém do esperado, prejudicado pelo excesso de chuvas, períodos frios e baixa luminosidade. Além disso, não é possível entrar nas lavouras para as  pulverizações e adubação de cobertura, o que pode afetar o rendimento final. Para a cultura do feijão, especificamente, a preocupação não é a alta produtividade, mas sim a obtenção de sementes para a segunda safra.

 

O plantio de soja também está atrasado e a cultura está com desenvolvimento inicial lento. Muitas áreas sofreram erosão devido a essas chuvas e, segundo relatos de técnicos de cooperativas e agricultores, algumas áreas deverão ter replantio. Porém, como parte das lavouras está em início de desenvolvimento, o ideal é esperar alguns dias para fazer avaliação.

O atraso das atividades de semeadura vai trazer também complicações para o período de plantio de segunda safra, levando o produtor a repensar a sua programação para que se consiga tempo hábil e dentro do período de zoneamento agroclimático.

 

Região Oeste, Centro-Oeste e Norte

As chuvas dos últimos dias prejudicaram o andamento da colheita de trigo na região Oeste e na região Centro-Oeste e afetaram também a qualidade e a produtividade das plantas que ainda estão em campo para serem colhidas.  O plantio de soja e milho segue durante as brechas desol e devem se intensificar na próxima semana. O desenvolvimento das áreas já semeadas está lento em virtude da baixa luminosidade e excesso de umidade.

Na região Norte, o excesso de umidade no solo dificultou a entrada das máquinas para finalizar a colheita do trigo e da aveia. No trigo há germinação de grãos na espiga, que afetará a qualidade do produto. Apesar do atraso em relação à expectativa dos produtores, há uma aceleração do plantio do milho e da soja, que deve se intensificar nos próximos dias caso a previsão climática se confirme. Alguns produtores não conseguiram fazer a dessecação pré plantio, e devem pôr em dia as aplicações. O feijão 1ª safra está se desenvolvendo bem e algumas lavouras estão em frutificação.

 

Na última semana, a ocorrência de uma chuva de granizo causou prejuízos pontuais no município de Mauá da Serra, principalmente em algumas áreas de hortaliças.

Região Noroeste e Sul

Os produtores de soja, milho e arroz irrigado estão dando continuidade ao plantio. Há uma preocupação com o possível atraso das atividades caso as boas condições do tempo atuais não perdurem. Alguns produtores começam a refazer suas programações. Além disso, o excesso de chuvas dos últimos dias provocou a perda dos nutrientes no solo, comprometendo o desenvolvimento das culturas.

 

Na região Sul, as áreas de trigo e cevada que estão em ponto de colheita têm seus trabalhos dificultados ou mesmo impedidos em virtude da dificuldade da entrada de máquinas para a colheita, devido às chuvas e alta umidade do solo.  Com relação à safra de verão, a maior preocupação é com o plantio da soja, que estava atrasado; alguns produtores sequer haviam iniciado a semeadura e não conseguirão efazer isso a tempo. Nesta semana o tempo melhorou um pouco e o plantio reiniciou, especialmente nas áreas mais altas, onde não há acúmulo de água. A implantação da cultura ficará concentrada, gerando maiores riscos climáticos e também um acúmulo de atividades na condução das lavouras.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Deral)

 

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)