Boletim Climático

Inverno pode ser o mais quente dos últimos 50 anos

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

#souagro| Julho, assim como todo o inverno neste ano, pode ser o mais quente dos últimos 50 anos. A informação foi adiantada aqui no Portal Sou Agro, pelo engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho. O mês, que deveria ser marcado pelo frio, segue e deve terminar com temperaturas quentes e registro de frente fria apenas nos últimos dias.

Nós, do Portal Sou Agro, fomos procurar  mais um especialista para explicar porque, no Estado, fez frio apenas no outono e está tão quente no inverno. Segundo o agrometeorologista Reginaldo Ferreira, o aquecimento global tem causado mudanças climáticas. O estado, e principalmente a região Oeste, tem como principal atividade indústria da transformação, que contribui para emissão de CO2 para meio ambiente e auxilia no aquecimento global. “Outro ponto considerado ocorre com relação às ilhas de calor. Temos quantidade muito grande de construções. A energia do sol serve para fazer fotossíntese e aquecimento da água. Na cidade, praticamente isso não acontece, já que as construções não permitem essa fotossíntese e não tem quase água, por conta do número de prédios”, afirma.

 

Além disso, queimadas e fluxo de veículos são fatores que contribuem nesse aquecimento. “Temos grande quantidade de gases emitidos pelas queimadas, pelos carros, além da decomposição. Tudo isso gera CO2 e metano, que basicamente emite calor para o espaço sideral”, explica.

Além do aquecimento global, a abertura da camada de ozônio também motiva o calor. “Os raios solares que eram pra ser retidos entram na atmosfera sem bloqueio e, por isso, também, fica mais quente”.

 

Todas essas mudanças fazem com que haja verão em pleno inverno. Elas provocam anomalias como o Lã Niña. “Estamos lidando com esse fenômeno há quase três anos seguidos. Isso leva à irregularidade nas chuvas, principalmente na América do Sul. É por isso que o tempo está tão seco e quando a chuva vem é em uma densidade muito grande”.

Para o agronegócio, há pontos positivos e negativos. Quem plantou o milho mais tarde consegue colher tranquilo por conta da seca. Já para o trigo, o problema é a falta de frio. “O trigo precisa de tempo seco, mas precisa de frio. Já as demais culturas de inverno precisam de chuva e frio. Para os hortifrutis, a falta de chuva se torna um problema já que precisam de água para se desenvolver”.

 

As temperaturas acima do comum contribuem também para o derretimento de geleiras, aumento do nível do ar e ondas de calor, além de incidentes ambientais que antes não eram comuns. “O aquecimento do oceano Atlântico tem aumentado de forma significativa. E não há previsão de melhoras para isso”, lamenta o meteorologista.

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro )

Foto: Pixabay

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)