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Agronegócio quer providências para normalizar importação de milho

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

#souagro| A demora na importação de milho observada no posto de fronteira entre Brasil e Paraguai tem sido motivo de preocupação para o agronegócio nacional, principalmente no setor de proteína animal.

O atraso de caminhões que ficam parados em fila de espera na Operação Padrão de servidores da Receita Federal causa prejuízos e transtornos à avicultura paranaense e aos produtores da região Sul do País.

O presidente do Sindiavipar, Irineo da Costa Rodrigues e lideranças empresariais apresentaram situação crítica aos titulares da pasta da Economia, Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Receita Federal.

 

O Brasil, que nesse momento colhe bons resultados do milho de 2ª safra, tem suas expectativas de abastecimento voltadas ao mercado externo, uma vez que a guerra entre Ucrânia e Rússia favorece a competitividade das exportações. “Outro ponto importante é que, cada vez mais, sobretudo no Centro-Oeste, o grão é destinado à produção de etanol e exportação. Por isso, precisamos contar com o fornecimento paraguaio”, esclareceu Irineo da Costa Rodrigues, Presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná).

O milho importado do Paraguai não só supre a cadeia nacional e permite que o Brasil ganhe espaço nas exportações como também oferece preços mais baixos, e possibilita que o setor avícola, principal consumidor do grão, possa diminuir seus custos de produção e contribuir para controlar a inflação. Por conta disso, os gargalos precisam ser eliminados, dando agilidade ao fluxo comercial. “As aduanas, equipadas na área fiscal pela Receita Federal e na de Sanidade por auditores fiscais do Ministério de Agricultura, precisam aprimorar seus recursos para garantir celeridade, pois aí estão gargalos que estão prejudicando a atividade agropecuária no Brasil”, afirmou.

O presidente também ressaltou que a lentidão no translado tem impactado na segurança dos negócios. “O Paraguai está colhendo milho e, obviamente, quer fazer contratos com clientes, mas existe um receio de realizar contratos de venda futura com o Brasil, afinal o país vizinho não tem segurança sobre a capacidade da ponte em escoar os grãos com agilidade. Já tivemos casos de caminhões parados por 12 dias na fila”.

 

Encontro com o Governo Federal

Pensando em uma resolução, o Sindiavipar participou de uma série de audiências, na última quarta-feira (06), em Brasília, para discutir os atuais entraves existentes nas aduanas brasileiras à importação de milho paraguaio. Os encontros foram realizados com o ministro da Economia, Paulo Guedes, com o ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, e com o secretário especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira, acompanhados pelo presidente de Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, Danilo Vendruscolo, os empresários Mário Camargo e José Marcos Sarabia e o deputado federal, Vermelho.

Segundo Rodrigues, os relatos da situação causaram perplexidade nas autoridades, que prometeram providências. “Eles foram muito atenciosos com a avicultura paranaense e com os estados do Sul. Nós precisamos de agilidade no posto entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este”.

 

Para o presidente do Sindiavipar, a expectativa, com a realização das audiências, é que o governo, através dos ministérios competentes, acompanhe de perto o fluxo de mercadorias na fronteira. Rodrigues destaca que é necessário atenção com as aduanas brasileiras, de uma forma geral, como nas fronteiras do Uruguai e Argentina, que também sofrem as mesmas dificuldades. “Esperamos uma repercussão positiva. Que o governo, através dos ministérios competentes, venha olhar no detalhe como estão ocorrendo os fluxos aqui na fronteira. O Sindiavipar, como entidade representativa, tem a obrigação de entender e estudar estes assuntos, apontando possíveis soluções. E foi o que fizemos”, finaliza Rodrigues.

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Assessoria de Imprensa)

Foto: Sindiavipar

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)