Aumento no diesel: produtor não sabe mais como ter lucro
#souagro| O anúncio do aumento do preço do diesel de quase 15% desanimou o produtor rural, que não sabe mais como ter lucro no campo. O Parapetro, sindicato que representa as revendas de combustível no Estado, estima que o acréscimo a partir deste sábado seja de R$ 0,70 no preço do óleo diesel.
E para o produtor rural, não tem jeito: impacto direto no campo, desde o plantio até a colheita e o transporte. “O diesel é matéria prima fundamental e está em todas as atividades do agro, desde a preparação do solo, o plantio, a colheita, o transporte, a produção em si. Só neste ano, o aumento do óleo diesel foi de cerca de 47%. Isso encarece tudo e o produtor não sabe mais como ter lucro no campo”, desabafa o produtor rural Valdemar Melatto, que também é presidente do Sindicato Rural Patronal de Assis Chateaubriand, presidente do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Oeste do Estado e vice-presidente do Sistema Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná).
O valor do combustível subiu além da inflação. E não é o único recurso que está mais caro, o que faz com que para a próxima safra os financiamentos fiquem mais caros. “Temos fertilizantes custando R$ 6 mil em média a tonelada. Há um ano, pagava-se pouco mais de R$ 2.700. Um aumento de mais de 100%, lamenta.
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Para o diretor do Sindicato Rural Patronal de Cascavel Paulo Vallini, o produtor terá de absorver mais esse “rombo”. “Aumenta um insumo daqui, um insumo dali…e o preço da soja está praticamente o mesmo do ano passado, quando não tínhamos uma guerra. Subiu o preço do fertilizante e o da soja se manteve. Agora, com mais uma alta do combustível, o jeito vai ser engolir isso, porque quem coloca preço é quem compra, e não o produtor”, avalia.
De acordo com o diretor regional do Paranapetro, Roberto Pelizzeti, o valor real do aumento será sentido apenas a partir deste sábado. Porém, a previsão é de acréscimo de R$ 0,70 no diesel e no etanol e de R$ 0,20 na gasolina. “Impacta diretamente o agronegócio, que depende muito disso. Também os transportes, já que quase toda a produção é escoada por caminhão. Fora o rombo para os empresários do ramo”, resume.
(Tatiane Bertolino – Sou Agro)