Troca da carne pelo peixe aquece o mercado da piscicultura
#souagro| A quaresma começou oficialmente no último dia 2 e nos próximos 40 dias muito vai se falar sobre o aumento na venda de peixes, não só no Brasil, mas também no mundo. Os 40 dias onde os cristãos se dedicam à reflexão e a conversão espiritual fazendo oração e penitência é considerado um dos melhores períodos de venda para a piscicultura.
O presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), Francisco Medeiros afirma que quem produz peixes já se prepara com antecedência para atender a demanda deste período: “A quaresma é o “Natal” da piscicultura. Como há a tradição de não consumir carne nesse período de 40 dias, historicamente o peixe é a opção mais disseminada. Com isso, os produtores se preparam antecipadamente para ter a melhor momento do ano”, detalha Francisco.
No cenário atual existe sim uma preocupação que o aumento do consumo de peixes seja um pouco menor que em anos anteriores, isso por conta das dificuldades que os brasileiros enfrentam e isso reflete diretamente na venda de proteínas, mesmo assim a expectativa continua positiva: “A população brasileira, como é sabido, vem enfrentando problemas de renda nos últimos anos, o que impacta no consumo de proteínas animais. Nesse cenário, o peixe também sofre as consequências. O brasileiro consome cerca de 10 kg/hab/ano. Sendo que apenas 4,5 kg são de peixes criados em cativeiro. É pouco. O consumo per capita global é de 20 kg/hab/ano. Mesmo assim, a PeixeBR está otimista e acredita em aumento de 30% do consumo neste período”, detalha o presidente.
As muitas espécies de peixes facilitam o consumo na quaresma que é um dos momentos mais aquecidos na venda. Isso acontece pois, como há muita opção, há também preço para todos os bolsos e por isso que a expectativa permanece positiva: “Como disse, a quaresma é o “Natal” da piscicultura. Importante dizer que são consumidos nesse período todos os tipos de peixes, crustáceos, frutos do mar etc. E não apenas os peixes de cativeiro, que têm a tilápia como a espécie mais importante. Também vale ressaltar que há peixes para todos os bolsos, o que também contribui para o aumento do consumo nesse período”, finaliza Francisco.
(Débora Damasceno/ Sou Agro)