“Nós estamos trabalhando para abastecer o país”, diz ministra sobre a guerra
#souagro| O debate sobre os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia em todo mundo continua. Aqui no Brasil, a discussão principal atualmente é sobre os fertilizantes, já que a oferta de exportação está ameaçada. Durante uma transmissão ao vivo, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro para discutir todas essas questões.
ASSISTA A LIVE DA MINISTRA COM O PRESIDENTE:
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Hoje no Brasil, mais de 80% dos fertilizantes, especialmente nitrogênio, fósforo e potássio são importados. No caso do fósforo, considerado um dos fertilizantes mais importantes, a dependência externa chega a 93%. A Rússia e a Bielorússia são dois dos principais fornecedores do produto. Mas com as sanções econômicas aplicadas contra russos e bielorrussos, por conta da guerra, o Brasil não consegue trazer os fertilizantes destes países.
“O Brasil, no passado, não fez um programa nacional para a produção própria de fertilizantes. Fizemos uma opção errada, lá atrás, de ficarmos importando nitrogênio, fósforo e potássio”, afirmou a ministra.
Para tentar amenizar isso o governo federal vai lançar este mês, um plano nacional para ampliar a produção do insumo no país: “Esse plano está pronto, não foi por causa desta crise. Isso nós pensamos lá atrás, no seu governo, de que o Brasil, uma potência agro, não poderia ficar nessa dependência, do resto do mundo, de mais de 80% nos três produtos, de vários países”, disse a ministra.
Segundo Teresa Cristina, o plano trará um diagnóstico sobre a oferta de fertilizantes no Brasil e poderá ter como resultado, por exemplo, propostas legislativas para facilitar a produção de fertilizantes no país, como regras de licenciamento ambiental para exploração de jazidas e até permissão para extração dos minerais em terras indígenas.
Durante coletiva na quarta-feira (02), a ministra da Agricultura afirmou que o estoque de fertilizantes para o agronegócio no Brasil está garantido até outubro. Ela garantiu que não há problemas com a safra neste momento, porém, a safra de verão, no final de setembro e outubro, ainda gera preocupação.
PREÇOS DOS ALIMENTOS
O preço dos alimentos será impactado em todo mundo, a ministra afirmou “Infelizmente nós temos hoje uma inflação mundial nos alimentos. A Ucrânia é um país grande produtor de alimentos, eles produzem muito milho, muito trigo. Nós vimos o trigo subindo nas alturas. Eles produzem girassol, cevada e os países que eles exportam na Europa vão ter problemas de suprimentos, tudo isso faz com que essa instabilidade gere uma alta de preços nesse momento, que depois que a guerra acabar as coisas voltam um pouco. Mas nós vamos ter sim infelizmente uma alteração nos preços dos alimentos no mundo e no Brasil a economia muito globalizada é claro que vem também pra cá, nós estamos trabalhando para abastecer o país”, disse a ministra.
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COMBUSTÍVEIS
O presidente Jair Bolsonaro também falou sobre a questão do aumento dos combustíveis: “A Petrobrás sabe da sua responsabilidade e sabe o que tem que fazer para colaborar para que o preço dos combustíveis aqui dentro do Brasil, não disparem. Nós estamos vendo o lucro que a Petrobrás está vendo, em um momento de crise eu acho que esse lucro aí dependendo da decisão dos diretores, conselho e presidente poderia nesse momento ser rebaixado um pouquinho pra gente não sofrer tanto”, afirmou o presidente.
POSIÇÃO DO PRESIDENTE SOBRE A GUERRA
Ainda durante a live, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo brasileiro vai manter posição de equilíbrio sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia.
“O Brasil continua numa posição de equilíbrio. Nós temos negócio com os dois países. Não temos a capacidade de resolver esse assunto. Nós torcemos e, no que for possível, nós faremos pela paz. A guerra não vai produzir efeitos benéficos para nenhum dos dois países, muito menos para o resto do mundo”, destacou.
(Débora Damasceno/ Sou Agro com Agência Brasil)