Tensão entre Rússia e Ucrânia abala o mercado de commodities
#souagro | O agronegócio está com os olhos voltados para a tensão e iminência de um conflito entre a Rússia e a Ucrânia. O desacerto não é de hoje. Há anos ambas as nações se alfinetam, mas nos últimos tempos, os ânimos começaram a ficar mais exaltados. Apesar da distância, essa crise étnica pode gerar reflexos no Brasil.
No mercado, os preços dos grãos, que já ocupam patamares elevados, podem alcançar valores mais altos, se for concretizada uma invasão dos russos ao território ucraniano. Existe um jogo de poder entre os países envolvidos no conflito e no meio, estão vários fatores de preocupação e consequências, principalmente para os setores da agronegócio.
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Ucrânia e Rússia são importantes fornecedores de alimentos. O ponto crucial é que esses fornecedores tendem a aumentar a pressão sobre a falta de suprimento das commodities alimentares. Em várias praças, já ocorreu aumento do preço do trigo e isso tender a acontecer também com o milho e a soja. Aumento de inflação, custo de produção e preço dos grãos serão os reflexos imediatos a partir da consolidação deste embate. Toda essa situação tornará ainda mais difícil a questão envolvendo ração, ovos, leite e carne.
A Ucrânia é a quinta maior produtora de milho do mundo e a sexta de trigo. Por sua vez, a Rússia é outro país de elevada relevância no mercado de trigo, na quarta colocação entre os maiores produtores. Toda essa situação de conflito pode gerar restrição nas exportações e menor oferta. Nesta semana, a Rússia já anunciou que deixará de exportar o nitrato de amônio para preservar o mercado interno.
Como se não já não bastasse ter de conviver com os efeitos da inflação no custo de produção, escassez e encarecimento dos insumos, o agronegócio agora se depara com essa situação de tensão nenhum pouco agradável.
Apesar do temor internacional, a Rússia nega o interesse de invadir a Ucrânia, mesmo uma atitude suspeita há poucos dias, quando começou a destinar bolsas de sangue para a fronteira, para socorrer os soldados russos feridos em combate. Na fronteira entre Rússia e Ucrânia, há pelo menos 100 mil soldados russos em exercício militar.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)