Pressão

Milho: quebra na safra coloca mais pressão sobre os preços

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
Pressão

 

#souagro | A quebra está colocando mais pressão sobre o preço da saca de milho. Espigas sem grãos e de tamanhos reduzidos. Essa é a realidade de boa parte da produção de milho nos estados do sul. Em décadas de produção agropecuários, essa região nunca havia sentido de maneira tão severa os impactos provocados pelas condições climáticas, em especial a escassez hídrica. Se o produtor já vinha atordoado pelos custos de produção, principalmente dos fertilizantes, a frustração de safra enterrou de vez qualquer expectativa favorável.

Em entrevista concedida ao Portal Sou Agro, o analista de mercado da Granoeste, Camilo Motter, comenta que a expectativa inicial era de uma produção interna de 28 milhões de toneladas de milho. “Mas a quebra é grande e coloca grande pressão sobre os preços”, pontua. Hoje, esses números oscilam entre 22 milhões de toneladas e 24 milhões de toneladas. “Além da quebra do milho verão, tivemos aceleração das exportações em novembro, dezembro e janeiro e com isso, as exportações brasileiras podem passar de 21 milhões de toneladas”.

Por conta do momento de escassez, o preço interno sofreu uma leve queda e acelerou novamente por conta do movimento das exportações do ano agrícola de dezembro até janeiro, tornando a disponibilidade interna mais enxuta. “O abastecimento interno deve sofrer um pouco nos meses de abril e maio, ante a projeção da redução da safra na região sul”. Segundo Motter, essa ponte entre a disponibilidade de safrinha do ano passado para esse ano, que entra a partir de junho, fica mais frágil. “Precisaríamos colher no verão 30 milhões de toneladas. São grandes as chances de aumentar as importações para atender a demanda interna”.

O impacto de todos esses fatores, na ótica do analista de mercado, será de preços altos até a chegada da safrinha. Hoje, os preços estão batendo na casa dos R$ 100 a saca. “Mas pode ir além”, estima.

 

 

Outro elemento, conforme Camilo Motter, é a questão cambial, elemento central na formação de preços das commodities. “Apesar do câmbio ter cedido nos últimos dias, na casa dos R$ 5,40 a R$ 5,45, estamos em um ano eleitoral e de orçamento muito apertado”, exemplifica. “O governo promoveu gastos que alterar o teto e isso gera dúvida no investidor e taxas de câmbios mais robustas”.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Notícias Relacionadas