SECA: perdas já ultrapassam R$ 600 milhões em Palotina
#souagro | Considerado um dos municípios paranaenses mais afetados pela estiagem, Palotina, cidade do oeste do Paraná com pouco mais de 30 mil habitantes e distante 90 quilômetros de Cascavel, decretou situação de emergência nesta sexta-feira (31) e atualizou os dados de perdas na agricultura e na pecuária. Dos R$ 250 milhões projetados inicialmente pelo prefeito Luiz Ernesto de Giacometti, os dados saltaram para mais de R$ 600 milhões.
Em relação à safra de grãos, a quebra causada pela estiagem no ano, incluindo safrinha (grãos e silagem), é de R$ 563.951.991,67. Na pecuária, o reflexo da seca provocou prejuízo de R$ 8.726.217,50.
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Um dos trechos do decreto frisa o seguinte:
Que ocorreu A crise Hídrica em Palotina se dá em conta do que o estado do Paraná está enfrentando em decorrência de uma estiagem prolongada superior a três anos.
A maior estiagem dos últimos 98 anos no Paraná. O nível de chuva recebido nos últimos anos foi abaixo do normal; durante os meses de novembro e dezembro choveu apenas 40mm quando o normal seria 320mm nos dois meses citados, com dados do INMET.
Esta quantidade está muito abaixo do necessário para a normalidade dos reservatórios hídricos. Por conta da estiagem há prejuízos significativos na produção de grãos (Soja, Milho) e também na pecuária pois houve prejuízo ao crescimento das pastagens, produção de silagem e na disponibilidade de matéria prima para fabricação de ração, há dificuldade também em fornecer água para os animais e mantimento das atividades básicas de mantimento. afetando as áreas descritas no Formulário de Informações do Desastre (FIDE) anexo ao presente Decreto;
Segundo Edmilson Zabott, vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina, os prejuízos na produção de soja estão estimados em mais de R$ 600 milhões, sem calcular os prejuízos com produção de aves, suínos, leite e peixe. Ele explica que o objetivo da decretação de estado de calamidade é para permitir que os produtores possam renegociar suas pendências tendo em vista o grande investimento realizado para implantação das lavouras de soja e milho, e também para manter outras atividades.
O DECRETO
“Os produtores não deixarão de honrar seus compromissos, mas precisam de apoio para renegociar seus débitos e seguir produzindo”, disse Edmilson ao lembrar que nos últimos anos o setor rural tem sofrido com a crise hídrica. “Estamos em um momento muito crítico que afetará a todos nós”, disse Edmilson.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)