Boi China

Boi: fim do embargo pode elevar o preço no varejo

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
Boi China

 

#souagro | O Natal é 25 de dezembro, mas o presente para os pecuaristas de gado de corte chegou mais cedo. A China anunciou nesta semana a retomada da importação de carne bovina brasileira. O embargo estava em vigor desde 4 de setembro. Foram exatos 103 dias de um drama vivenciado por toda a cadeia produtiva da bovinocultura de corte. Os prejuízos superaram cifras bilionárias.

O presidente da Padrão Beef, Lindonez Rizzotto, comenta que a retomada das exportações de carne de boi para a China representa uma grande alternativa para o mercado brasileiro. “Até porque o chinês importa 48% de toda a exportação global de bovinos do Brasil”, revela. “É um mercado muito significativo, marcando a retomada do mercado nacional de bovinocultura de corte para a China”.

O embargo ocorreu por conta da confirmação de dois casos atípicos da doença do mal da vaca louca. Logo após a confirmação, o Brasil notificou a OIE (Organização Internacional das Epizootias), que por sua vez, comunicou todos os estados importadores da carne bovina brasileira. Os chineses alegaram o embargo como medida de segurança. Entretanto, alguns especialistas afirmaram que a decisão estava sustentada para pressionar o governo brasileiro a baixar o custo da carne para os chineses.

Conforme Lindonez Rizzotto, o setor ainda enfrenta um período difícil, tendo em vista a entressafra. “A alimentação reduziu e a oscilação do preço da arroba do boi está muito latente”, comenta. De R$ 260 a arroba em novembro o preço já chegou ao patamar de R$ 320 neste mês de dezembro.

As exportações paranaenses de carne de boi para a China não foram expressivas nos últimos anos. No entanto, a medida impacta no mercado, visto que animais produzidos no Estado são exportados por frigoríficos de outros estados. Assim, a boa cotação deve se manter para os produtores e pode elevar o preço no varejo, em razão do enxugamento de oferta interna.

Enquanto isso, os agentes de mercado mostram-se animados com a retomada das exportações brasileiros de carne bovina para a China. A expectativa agora é de liquidez no mercado spot nacional, apesar que a retomada da comercialização para atender de maneira mais ampla o mercado chinês anda vai precisar de mais alguns dias.

Frigoríficos ainda mantém escalas de abate mais alongadas. No campo, alguns pecuaristas já consolidaram as vendas deste ano, retornando apenas em 2022. A oferta de animais prontos para abate segue restrita

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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