AGRICULTURA

Caso de percevejo asiático é confirmado no Brasil e pode ameaçar produção

Débora Damasceno

9 de novembro de 2021 às 21:39

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou por exame laboratorial a existência do percevejo de origem asiática que apareceu em Santos, litoral de São Paulo. Segundo o Ministério, até o momento, a área suspeita está restrita ao ambiente urbano.

O inseto foi encontrado pela primeira vez em novembro de 2020 pelo estudante de biologia, Yan Lima de 25 anos. Com nome científico, Ethersina fullo, até então o percevejo nunca foi catalogado no Brasil.

O jovem tirava fotos e quando encontrou o inseto fez uma publicação em uma rede social voltada para ciência, onde o próprio aplicativo já sugere de qual espécie se trata. Como Yan não é especialista, aguardou que algum profissional confirmasse essa informação.

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Depois da publicação, o estudante foi procurado pelo mestre em biologia animal pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Ricardo Brugnera que pediu para que ele coletasse o percevejo, caso o encontrasse novamente, e assim aconteceu. Em fevereiro, ele achou o inseto no mesmo local da primeira vez. Foi aí que se iniciou um grupo de estudos para avaliar como a espécie se comportaria em um terrário, por não ser nativo do Brasil e saber quais os prejuízos que espécie pode trazer a fauna local.

Segundo o pesquisador Ricardo, a suspeita é que o percevejo tenha chegado ao porto de Santos por meio de contêineres.

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A espécie

Esse percevejo é mais encontrado no Sudeste da Ásia, e se alimenta de até 57 plantas diferentes. Este inseto é conhecido em outros países como praga agrícola polífaga, pois ataca várias espécies vegetais e está associada a danos em áreas rurais principalmente para a fruticultura. O último estudo internacional publicado no ano passado, indica que a espécie é uma praga na China e causa danos econômicos a plantações de kiwi, pêra, pêssego, maçã e romã.

Preocupação

O maior alerta em relação a espécie é por conta do hábito alimentar extenso, e o Brasil tem uma grande diversidade de plantas cultivadas. Além disso, o clima também é favorável para reprodução e ele se adapta facilmente a ambientes, o que pode contribuir para a expansão do inseto em território nacional.

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Próximos passos

Segundo o MAPA a próxima fase visa avaliar se este caso é isolado ou se há ocorrência de um foco na área onde foi coletado. A 2ª fase da investigação será realizada na área portuária, sob a coordenação da Superintendência Federal de Agricultura (SFA/SP) a fim de verificar a intensidade da infestação e delimitar a área afetada pela praga.