Soja certificada acompanha a tendência da rastreabilidade
A Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS), fundada em 2006, na Suíça, está presente no Brasil desde 2011. A organização, sem fins lucrativos, facilita o diálogo global sobre a soja responsável e tem sido um importante aliado do produtor brasileiro no caminho rumo à certificação do grão.
No ano de 2020, agricultores da região Sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) contabilizaram 28 mil toneladas do grão certificado com o Padrão RTRS para Produção da Soja Responsável. Os benefícios conquistados com o selo animaram o pessoal do campo, e as razões são bem conhecidas e comemoradas pelo agricultor. Seja pela maior aceitação do grão no mercado internacional, melhor alinhamento às normativas trabalhistas e ambientais ou pela aproximação da comunidade, o produtor quer expandir o plantio do grão responsável.
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A ampliação das áreas certificadas na região Sul do país já havia sido prevista no ano passado em relatório divulgado pela RTRS. Para o Consultor Externo RTRS no Brasil, Cid Sanches, a soja certificada ganha cada vez mais adeptos porque todos ganham com a segurança nos processos ao adquirirem os produtos de soja. “A certificação RTRS é uma realidade consolidada que traduz critérios de sustentabilidade aceitos no mundo todo, isso significa que o produtor certificado será enquadrado no mesmo padrão aceito internacionalmente”, explica.
Os agricultores da região concordam. O produtor Bruno Reinhofer, do Grupo Reinhofer, da cidade de Guarapuava, no Paraná, certificou todas as propriedades do grupo há três anos e reconhece os benefícios trazidos com o selo. “Com a certificação diminuímos os riscos, temos maior engajamento dos funcionários, melhor qualidade de vida e melhor valor para venda. A certificação ajuda no ‘ajuste fino’ da gestão do negócio como um todo”, destaca o produtor. As cinco fazendas certificadas produzem juntas 25 mil toneladas por ano da soja responsável RTRS, numa área de 6 mil hectares cultivados. Bruno recorda que o processo foi rigoroso, porém fazia parte da estratégia de negócios. “Era mais um desafio a ser conquistado dentro do grupo e foi realizado. O que possibilitou a abertura de novos mercados”, comemora.
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Geraldo Slob, proprietário da Fazenda Aurora, em Carambei, Paraná, também se anima com os benefícios trazidos pela certificação em uma de suas fazendas. Ele conta que o selo, conquistado há dois anos, diminuiu as preocupações com a fiscalização em sua propriedade, pois agora está alinhado aos regimentos, normativas e legislação. “A gente brinca que ‘podem vir’ porque não vão achar nada de errado”. Juntas, suas seis fazendas somam 2 mil hectares de área produtiva, com plantio de 2700 hectares de lavoura de verão, contando com a safra e a safrinha. Destes, 580 hectares são de soja certificada, com volume de 2500 toneladas. O objetivo, agora, é expandir a certificação para todas as propriedades nos próximos dois anos. “A certificação da RTRS foi realizada exatamente na área onde está a sede, a mais industrializada. Por isso, estamos prontos para continuar com os processos de certificação nas demais fazendas com a RTRS”, finaliza.
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Fabiano Gomes, produtor da Fazenda Pau Furado, em Teixeira Soares, também do Estado do Paraná, conta que buscou a certificação de olho no futuro. “Vemos que isso será uma realidade muito próxima assim como foi a rastreabilidade bovina. O mercado consumidor exigirá que mais e mais áreas agrícolas possuam este selo para terem maior confiabilidade e segurança em suas mesas”. A propriedade produz cerca de 3 mil toneladas por safra, em 600 hectares certificados pela RTRS. Aos produtores que pensam em aderir a certificação, Fabiano abre a porteira. “Esperamos que mais e mais agricultores juntem-se a nós e estamos abertos para os auxiliá-los, podem vir nos visitar”.
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O Brasil, que hoje é responsável por 83% da produção mundial de soja, segue como protagonista no cenário da certificação que busca conciliar a produção com sustentabilidade provando que é possível produzir em larga escala, respeitando o meio ambiente, os direitos humanos e as necessidades das comunidades ao redor das fazendas.
Fonte: RTRS