Sem contêiner, produtor embarca nove toneladas de café por avião
A Labareda Agropecuária, localizada em Franca (SP), irá exportar cerca de nove toneladas de café para Londres. Porém, ao contrário do movimento comum de se transportar grãos por enormes navios durante semanas, isso está sendo feito de avião.
Dessa vez, a operação logística exige um tempo menor de chegada, e isso só é possível por meio do modal aéreo.
O transporte marítimo tem sofrido com falta de capacidade e preços altos, reflexo do caos logístico gerado pela crise de Covid-19. Isso levou toneladas de cargas a ficarem paradas nos portos do Brasil aguardando a disponibilidade de navios.
Com isso, clientes de produtos brasileiros mundo afora estão buscando outros fornecedores, ou então aceitando recorrer ao custo mais elevado da aviação para suprir sua demanda diante dos estoques se esgotando, como ocorreu neste caso.
“O mais lesado nesse caso sou eu. Mas, como apertou para o meu cliente, ele resolveu pagar porque ficou sem produto. E é ruim isso, porque ele precisa ter a margem dele pra continuar comprando de mim”, conta o diretor comercial da Labareda, Gabriel Lancha Alves Oliveira. Sem conseguir receber o pagamento até o café ser entregue, ele relata ter outras 18 remessas paradas em armazéns, além de dois contêineres em Santos (SP) aguardando para serem despachados para os Estados Unidos, o que lhe gera um custo de US$ 1,5 mil a cada duas semanas.
Tal operação foi conduzida pelo grupo Dux Logistics, que atua na logística multimodal internacional e nacional. A empresa possui sua própria frota de aeronaves (Dux Express) e veículos (Dux Trucking), e coordenou o incomum envio da carga até o Aeroporto Internacional de Guarulhos para o embarque no avião comercial que partiu com destino a Londres.
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Segundo a Labareda, o custo para enviar o produto pela via marítima, no cenário atual, sem urgência, tem sido algo em torno de US$ 2 mil por remessa. Em condições normais, antes da Covid, o valor seria menor. Já o embarque por avião custou US$ 11 mil, quase 500% a mais.
FONTE – Folha de S.Paulo