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O mercado da soja e do milho no Brasil e nos EUA

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | Para saber o desempenho do mercado de grãos, soja e milho, nesta semana, o Sou Agro ouviu o analista da Granoeste, Camilo Motter. Em relação ao complexo soja, o mercado internacional esteve muito travado, entre US$ 12,20 e US$ 12,50 por bushel. Esse cenário é recorrente nos últimos 15 dias. As movimentações do mercado em Chicago foram mínimas e os prêmios nos portos caíram entre 200 e 230 pontos.

Segundo Motter, os prêmios nos portos brasileiros caíram bastante. Para março do ano que vem, os prêmios estão estimados entre 20 a 30 centavos acima da Bolsa de Chicago, em relação à nova safra. O prêmio é a equalização de preços, para que possa ocorrer a negociação, utilizando como instrumento principal a Bolsa de Chicago.

Com os preços nos portos brasileiros mais baixos, isso também concorre para uma cotação em dólar menor. Na sexta-feira, Chicago dava US$ 29,50 por saca no oeste do Paraná. Para se ter uma ideia, há 30 dias, esses valores estavam no patamar de US$ 32 a saca no oeste paranaense. “O que sustentou os preços no mercado interno foi a alta do dólar. Os preços internacionais ficaram mais fracos nos últimos dias.  Porém, os preços internos ficaram mais estáveis por conta do câmbio. Não fosse isso, teria caído bastante. Hoje, o câmbio está na casa dos R$ 5,70.

Agora, o foco das atenções gira em torno do plantio da soja no Brasil, que se alinhou e se encontra bastante adiantado. O ritmo de plantio no Brasil é praticamente o dobro do registrado no mesmo período do ano passado no País.  “Acredito que já se aproximou do 50%”, comenta Camilo Motter. Outro ponto envolveu a finalização da colheita norte-americana, que atingirá nesta segunda-feira 80% da área colhida.

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A demanda chinesa também está no radar do mercado. “Tivemos um período ausente da China, que volta a importar com mais vigor”. Os embarques de soja norte-americana também estão sob os olhares do mundo. O mercado obserca o ritmo de vendas e embarques norte-americanos. Até agora, os EUA embarcaram 8,2 milhões de toneladas, contra 14,1 milhões na mesma época do ano passado – para as temporadas iniciadas em 1º de setembro. “As vendas norte-americanas estão mais atrasadas que no ano passado. São 30,5 milhões de toneladas contra 46,9 milhões de toneladas, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

No Brasil, além de toda a questão cambial, há os riscos fiscais provocadas pelas novas propostas governamentais, com possibilidade de furo no teto de gastos do setor público. “Isso tudo cria uma instabilidade, podendo elevar a taxa de câmbio, responsável pela sustentação dos preços”, afirma Motter.

 

Milho pressionado

O mercado do milho está muito pressionado nas últimas semanas, com volume de negócios baixo e o produtor bastante retraído. “De um lado, o produtor bastante retraído e do outro, os compradores bem abastecidos no mercado, com poucos compradores ativos atuando”. Os preços apresentam queda nas últimas semanas. “Um cenário travado, praticamente sem negócios pontuais”.

As exportações devem ficar entre 15 e 18 milhões de toneladas e de 2,5 a 3 milhões de toneladas de importação de milho. “Aparentemente o mercado mostra-se abastecido, mas a dependência é grande de uma safra de verão cheia, com pelo menos algo em torno de 28 a 30 milhões de toneladas.

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Olhando para frente, para os meses de março, abril e maio, o mercado assume um viés mais confortável, por conta dos reflexos provocados pelo plantio da soja bem mais cedo, abrindo uma janela melhor para o plantio de inverno. “Mas a grande questão é: como estará o nosso abastecimento entre março e junho?”, questiona. É esperar para ver.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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