Colheita Paraná

Grãos: Paraná deve produzir 25,37 milhões de toneladas

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
Colheita Paraná

 

O Paraná produzirá 25,37 milhões de toneladas de grãos na safra de verão 2021/2022, em uma área de 6,2 milhões de hectares. Se as estimativas se confirmarem, o volume será 9% superior ao atingido na safra passada, enquanto a área é 1% maior. Os dados são do relatório mensal divulgado pelo Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

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Segundo o documento, destaca-se o crescimento da área da soja, que deve ser de 5,62 milhões de hectares, 1% a mais do que no ciclo 2020/2021, quando foi de 5,59 milhões. A produção esperada é de 20,8 milhões de toneladas, 6% superior ao total colhido na safra 2020/2021.

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O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, avalia que, até o momento, a safra está correndo bem. “Temia-se pelo La Ninã, mas veio um regime de chuvas mais intenso durante o mês de outubro, e já temos mais de 60% da área de soja semeada, um índice satisfatório se comparado aos anos anteriores”, afirmou.

Tanto o milho quanto o feijão da primeira safra estão na reta final da semeadura, com respectivamente 93% e 88% da área plantada. As perspectivas para a primeira safra de feijão indicam redução de 9% na área de plantio na comparação com a safra 2020/2021. “Ainda assim, a produção deve crescer 7% e somar 274,5 mil toneladas”, analisou o chefe do Deral, Salatiel Turra.

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De modo geral, a safra paranaense tem um quadro satisfatório para as condições atuais, na avaliação do secretário Ortigara. “Grande parte das lavouras se apresenta em boas condições, ainda que as adversidades climáticas da última semana tenham prejudicado algumas áreas, que terão que ser replantadas, infelizmente trazendo custos para os nossos produtores”, afirmou.

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O relatório também traz informações sobre os cereais de inverno do ciclo 2020/2021. A estimativa de produção mostra uma perda de 289 mil toneladas de trigo em relação ao relatório do mês passado, que previa volume de 3,5 milhões de toneladas. Agora, estima-se uma produção de aproximadamente 3,2 milhões de toneladas.

 

Milho 1ª Safra

O plantio da primeira safra de milho 2021/2022 praticamente encerrou nesta semana, chegando a 93% da área estimada em 423,7 mil hectares – 14% superior à do ciclo passado. A estimativa é de que sejam produzidas 4,1 milhões de toneladas. Se o número se confirmar, representa 33% a mais do que o colhido na safra anterior.

Os preços recebidos pelos produtores pela saca de 60 kg estão acima de R$ 83,00, valor 38% maior do que a média de outubro do ano passado.

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“Nos últimos 90 dias, observou-se uma queda constante nos preços. Entretanto, a tendência ainda é que os valores mantenham-se em patamares elevados, pois o dólar continua alto, a demanda pelo cereal continua aquecida e a produção nacional ainda tem certo grau de incerteza”, explicou o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio.

Na somatória da primeira e segunda safra, o Departamento estima que o Paraná recupere a produção frustrada do ciclo anterior e produza entre 15 e 18 milhões de toneladas.

Soja

O plantio da soja evoluiu de forma consistente e nesta semana chegou a 60% da área total, com 96% das lavouras em boas condições. Segundo o Deral, a produção do grão deve chegar a 20,8 milhões de toneladas na safra 2021/2022, 5% superior à do ciclo passado. Já a área é estimada em 5,6 milhões de hectares, 1% maior.

Destaca-se ainda a alta rentabilidade da cultura, segundo Edmar Gervásio. Nos últimos quatro anos, o aumento médio (anual) do preço recebido pelos produtores pela saca de 60kg de soja foi de 28,41%, enquanto os custos de produção subiram apenas 3,8%. A margem de lucro bruta, que era de 97% em 2018, saltou para 286% neste ano. “Do ponto de vista econômico, poucas atividades conseguiram tamanha rentabilidade”, disse o técnico.

Na última semana, os produtores receberam, em média, R$ 153,00 pela saca de 60 kg. Em outubro do ano passado, o preço médio era de R$ 141,00. Com expectativa de mais valorização dos preços, os produtores frearam a comercialização, cujo índice é de 8% até o momento, bem abaixo da média para o período, de aproximadamente 40%.

 

Feijão 1ª Safra

Os dados do Deral para a safra 2021/2022 no Paraná indicam uma área de 139,2 mil hectares, 9% inferior à da safra 2020/2021, e produção de 274,5 mil toneladas, 7% maior. A produtividade esperada é de 1.973 kg por hectare.

A umidade no solo favoreceu o plantio, que chegou, nesta semana, a 88% da área total. “No entanto, as chuvas constantes em praticamente todo o Estado em outubro, somadas à falta de precipitações em meses anteriores, reduziram um pouco a qualidade das lavouras”, explicou o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Alberto Salvador.

Neste momento, 91% da área plantada está em boas condições e 9% em condições médias. No mês passado, cerca de 98% apresentavam boas condições.

Segundo Salvador, as lavouras nas regiões de Francisco Beltrão e Guarapuava estão em fase de frutificação, o que as coloca em vantagem na colheita. Não há relatos sistematizados de perdas nessa cultura até o momento devido às adversidades climáticas.

Na última semana, o preço médio recebido pelos produtores foi de R$ 261,21 pela saca de 60 kg para o feijão-cores e R$ 224,08 pelo feijão-preto. O recuo dos valores para o feijão tipo cores pode ser explicado pela expressiva queda da demanda varejista, levando o setor a ser mais cauteloso nas aquisições.

 

Colheita do trigo

A colheita do trigo chegou a 82% da área nesta semana. A seca levou à redução de 289 mil toneladas na estimativa de produção. Se no mês passado esperava-se que o Paraná produzisse 3,5 milhões de toneladas de trigo, o relatório de outubro aponta para uma produção de 3,2 milhões de toneladas. Em relação ao potencial inicial, a quebra é de 19%. Já a área deve ser 7% superior à do ciclo passado e somar 1,21 milhão de hectares.

“Isso significa que o Brasil terá que importar um volume maior para suprir suas necessidades, em um momento de alta volatilidade do dólar e de preços internacionais que se mantêm em patamares mais altos do que nos últimos sete anos”, disse o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho. A comercialização atingiu o índice de 39%, contra 47% no mesmo período do ano passado.

 

Fonte: AEN

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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