Margarida
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E-commerce potencializa a exportação brasileira de flores

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Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | Apesar de o Brasil ser referência mundial na produção de grãos e oleaginosas, responsável por boa parte da geração do PIB (Produto Interno Bruto), um mercado tem apresentado crescimento considerável: o de cultivo e comercialização de flores. Para se ter uma ideia desta evolução, a exportação de flores aumentou 92% neste somente neste ano. Muitos desses números são atribuídos à expansão do e-commerce em virtude da pandemia do novo coronavírus.

E foi justamente o fato de o Brasil ser referência em commodities que o acadêmico do último período de Agronomia do Centro Universitário FAG (Faculdade Assis Gurgacz), Gabriel Sanga Barreto da Silva, decidiu basear o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) no tema Longevidade no pós-colheita da Margarida. “A flor é uma commodity que, apesar de o Brasil ser muito forte no agro, não tem estudos aprofundados e nem específicos. Percebi que não tinha nada para o cultivo, conservação, entre outros fatores que despertaram o meu interesse em desenvolver estudos envolvendo a margarida”.

Por ser uma cultura perene, é necessário um trabalho mais minucioso sobre manejo e conservação. “Por conta disso, pesquisei alternativas para dar uma maior durabilidade da margarida”. No estudo que Gabriel desenvolveu, o componente mais eficiente em durabilidade da margarida envolveu a troca diária de água. Experimentos também envolveram ácido salicílico e conservantes. “A água garantiu uma maior absorção da planta e das astes, mantendo-a vigorosa por mais tempo em relação aos outros testes”, descreveu.

Conforme o acadêmico, o Brasil é respeitado no exterior pelo modelo de sanitização implementado quando o assunto são as flores. O acadêmico pretende se especializar ainda mais sobre o assunto.

De acordo com informações do Agrostat, no primeiro trimestre deste ano, foram exportadas 270 toneladas de plantas vivas e produtos de floricultura, gerando uma receita de US$ 2,3 milhões. Tudo que foi exportado foi 92% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram e exportadas 141 toneladas. Em comparação com os primeiros três meses de 2019, o volume foi 75% maior, ante as 155 toneladas da época.

Gabriel durante experimento com margaridas
O acadêmico de agronomia Gabriel Sanga Barreto da Silva durante experimento com margaridas

O Brasil se favoreceu com a dificuldades de grandes players exportarem para a Europa e os Estados Unidos, como o Quênia, Etiópia, Colômbia e Equador, por conta de reflexos das medidas sanitárias dos respectivos governos. Os principais destinos neste primeiro trimestre de 2021 foram o Uruguai, Estados Unidos e Países Baixos. A exportação aos países do Mercosul também é favorecida por conta da flexibilidade das barreiras comerciais e tarifárias.

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Atualmente, o Brasil conta com oito mil produtores de flores e plantas, responsáveis pelo cultivo de 2,5 mil espécies com cerca de 17.500 variedades. O mercado de flores é responsável pela geração de 209 mil empregos diretos e 800 mil indiretos. A maior produção está concentrada em São Paulo, nas cidades de Atibaia e Holambra. A atividade apresenta crescimento em outros polos como Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e nos estados do Norte e Nordeste.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

Foto: Miriam Verheyden/Pixbay

(Vandre Dubiela/Sou Agro)