Serviço Alerta Geada é desativado no Paraná
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) e o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) emitiram no domingo (12) o último boletim do serviço “Alerta Geada” deste ano. Com a aproximação da primavera, não há mais risco de ocorrência do fenômeno na zona cafeeira do Estado.
A recomendação aos produtores que amontoaram terra no tronco dos cafeeiros é retirar imediatamente a proteção, procedimento que deve ser feito com as mãos para evitar danos às plantas.
O Alerta Geada ajuda os cafeicultores a decidir sobre o uso de técnicas de proteção em lavouras novas de café, de até dois anos. Opera entre maio e setembro, período em que os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira e emitem avisos sobre a possibilidade de ocorrência do fenômeno.
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Inverno Rigoroso
O Paraná teve um inverno de temperaturas baixas este ano. Três fortes massas de ar polar chegaram à região e provocaram diversas geadas pelo Estado — final de junho, nos dias 17 a 21 de julho e, a última, entre o final de julho e início de agosto.
Em Londrina, tivemos o segundo mês de julho mais frio registrado na estação meteorológica do IDR-Paraná, inaugurada há 45 anos. Apenas no ano 2000 foram observadas temperaturas ainda mais baixas, revela a meteorologista Ângela Costa, do IDR-Paraná.
“Foi também um inverno com pouca chuva, uma característica do fenômeno La Niña, que estava ativo”, explica ela.
O fenômeno climático La Niña se caracteriza pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental, o que gera reflexos nos padrões de chuva e temperatura em todo o planeta.
Produtor
O produtor Fernando Lopes conduz 750 mil pés de café em Mandaguari. Desse total, 60 mil ainda são mudas, que ele enterrou e desenterrou nas três vezes em que foram emitidos alertas este ano. “Funcionou perfeitamente, se você andar pelo cafezal, vai ver que ficou uma ou outra falha, mas isso é normal para plantios novos”, ele avalia.
Para Lopes, o custo e a dedicação valem a pena. “Se não faz e vem uma geada, tem de investir em novas mudas, tempo e todo o trabalho de novo”, conclui.
Junto com o irmão, Lopes até desenvolveu um equipamento para fazer o desenterrio, um pedaço de ferro dobrado e sem pontas que, segundo eles, agiliza o serviço e não danifica as plantas. “É muita muda para desenterrar com as mãos”, avalia.
Patrimônio
A área ocupada com lavouras de café no Paraná é de 35,2 mil hectares, a maior parte conduzida por pequenos produtores familiares. A safra atual se aproxima do fim, e deve ficar ao redor de 850 mil sacas de café beneficiado, aponta o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Franzini destaca a importância do Alerta Geada e aponta o aumento, ano após ano, de produtores que acompanham o serviço e adotam de técnicas para proteger as lavouras de café com até dois anos de implantação. “Os produtores confiam no serviço”, comenta.
De acordo com o economista, geadas moderadas e severas atingiram cerca de 40% do parque cafeeiro estadual, o que certamente acarretará perdas no próximo ciclo. “Estamos acompanhando o desempenho das floradas para poder estimar o potencial de produção em 2022”, ele comenta.
Cafeicultores que tiveram suas lavouras atingidas por geadas devem procurar a assistência técnica para obter orientação sobre a necessidade de poda das plantas, aconselha Franzini.
Serviço
Entre maio e setembro, os pesquisadores do IDR-Paraná e do Simepar acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e divulgam um boletim informativo diário, que pode ser acompanhado no aplicativo IAPAR Clima, disponível gratuitamente na App Store e no Google Play, e nas páginas www.idrparana.pr.gov.br e www.simepar.br.
Quando há a aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, é também disparado, e amplamente divulgado, um alerta de geada com 48 horas de antecedência, o que permite dá tempo para os cafeicultores adotarem técnicas de proteção em suas lavouras.
Realização
O Alerta Geada é uma realização do IDR-Paraná e do Simepar, com apoio da Seab, Consórcio Pesquisa Café, prefeituras, cooperativas e associações de produtores.
FONTE – IDR-PR