Geada x Café: 40% da área cultivada teve danos moderados a severos

Amanda Guedes
Amanda Guedes

O último levantamento mensal do Deral,  informa que foram colhidos até agora 89% da produção prevista para este ano.

A área total plantada no Paraná está estimada em 35,0 mil hectares, estando 33,3 mil em idade produtiva nesta safra com previsão que sejam colhidas cerca de 870 mil sacas beneficiadas de 60 kg.

As três geadas ocorridas até agora – uma em final de junho e duas durante o mês de julho – atingiram praticamente todas as regiões produtoras do Estado.

Um levantamento ainda preliminar, realizado pelo Deral nas diferentes regiões, com a colaboração das entidades que atuam junto aos cafeicultores, como o IDR-Paraná, cooperativas, sindicatos e outros, vem sendo atualizado a cada semana.

O resultado global deste levantamento aponta que apenas 20% das lavouras do Paraná não sofreram danos aparentes; 40% tiveram danos leves (queima de folhas); em 25% houve danos moderados (queima de folhas e ramos) e em 15% da área cultivada ocorreram danos severos (queima de folhas, ramos e troncos).

Ou seja, em 40% da área cultivada houve danos moderados a severos, que terá impacto direto na produção para próxima safra e vai exigir algum tipo de manejo (podas), ou replantios para recuperação das lavouras.

As áreas que sofreram danos mais leves também podem ter sofrido alguma perda no potencial de produção para 2022. Em meados de setembro, e com o esperado retorno das chuvas, é que será possível avaliar melhor os prejuízos causados nas lavouras.

É muito importante aguardar este período para se fazer a recomendação mais adequada do tipo de poda ideal para garantir a melhor recuperação das áreas mais afetadas pelas geadas.

A Câmara Setorial do Café do Paraná vem se reunindo com os setores da cadeia produtiva, elaborando e propondo ações emergenciais e de curto e médio prazos junto aos órgãos competentes em apoio aos cafeicultores prejudicados.

É muito importante que haja ação de políticas públicas ao setor da produção, visto que mais de 80% do cultivo no Estado é realizado por pequenos produtores da agricultura familiar. Vale lembrar que, além das geadas, o elevado déficit hídrico verificado nos últimos anos tem afetado bastante o desenvolvimento das lavouras e diminuído o potencial de produção.

Somado a isto, o baixo preço recebido nas últimas safras também prejudicou o desempenho financeiro dos cafeicultores. Os preços médios recebidos pelos cafeicultores do Paraná neste ano de 2021 permanecem firmes. Segundo levantamento semanal do Deral, o valor médio comercializado em maio/21 foi de R$ 719,61 por saca de 60 kg, em junho de R$ 771,31, e em julho foi de R$ 816,28. Nas semanas de 09 a 13/08 e 16 a 20/08, o valor médio foi de R$ 921,33 e R$ 927,21 por saca, respectivamente. Em agosto de 2020, o preço médio comercializado foi de R$ 492,44 por saca de 60 kg.

FONTE: Deral

(Amanda Guedes/Sou Agro)

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