Webinar Adapar sobre Deriva de Agrotóxicos e Proteção de Abelhas em Junho - Curitiba, 01/06/2021 - Foto: Crea-PR
AGRICULTURA

Deriva requer plano integrado e capacitação

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Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

Respeito às orientações agronômicas, capacitação e educação, manutenção correta dos equipamentos e a boa convivência entre vizinhos são algumas das atitudes esperadas para evitar a deriva de agrotóxicos, que, entre outras culturas sensíveis, mata abelhas e prejudica a produção de mel no Paraná. O assunto foi discutido na primeira webinar Deriva de Agrotóxicos e Proteção de Abelhas que reuniu 160 pessoas nesta segunda-feira (7).

MP cobra medidas sobre deriva nas aplicações com agrotóxicos

“A deriva não é problema novo, mas cresceu bastante em função do aumento na área cultivada de grãos e pela ampliação de culturas sensíveis, e o que vemos é que a convivência tem se mostrado um problema”, disse o diretor técnico da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Rubens Niederheitmann.

“O problema não tem solução simples e exige da área técnica envolvida uma responsabilidade muito grande para melhorar os conhecimentos, qualificar os produtores e aplicadores e ter muita empatia”, afirmou. “Às vezes, o produtor pensa no seu negócio e esquece do vizinho, o vizinho é amigo, é parceiro e pode ter uma atividade, que, se não tiver cuidado, será prejudicada”.

Como combater à deriva de defensivos agrícolas?

Deriva é a denominação para o desvio das gotas durante a aplicação de produtos químicos, fazendo com que, pela força do vento, se espalhem em direções indesejáveis. Os reflexos mais sérios são observados nas cadeias da sericicultura, fruticultura, particularmente a uva, cultivos orgânicos e apicultura, em razão da coexistência no mesmo ambiente geográfico com culturas como cana-de-açúcar, soja e milho.

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Webinar - Deriva de Agrotóxicos, proteção de abelhas e culturas sensíveis

O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, ponderou da necessidade de solução inteligente para o problema. Para ele, é preciso envolvimento de toda comunidade técnica, produtores, aplicadores e conselhos municipais, além de contar com o trabalho de georrefenciamento de propriedades. “Não adianta só multar depois que o prejuízo aconteceu. É preciso buscar o equilíbrio, a sustentabilidade e praticar esse conceito no Paraná”, aconselhou.

Segundo o diretor de Defesa Agropecuária da Adapar, Manoel Luiz de Azevedo, a apicultura está distribuída por praticamente todo o Paraná. A maioria dos produtores faz uso correto do agrotóxico. “O problema está em uma parte, seja na aplicação aérea ou terrestre e, principalmente, em relação aos cuidados que tem de ter com os produtores de culturas sensíveis e que estão próximos”, afirmou.

Ao expor as atividades desenvolvidas pela Adapar, o gerente de Sanidade Vegetal, Renato Rezende Young Blood, disse que há mobilização desde 1983, quando da edição da lei do agrotóxico. Desse período até 2009, o órgão recebia cópia em papel do receituário. Em 2010, com a criação do Sistema de Controle do Comércio e Uso de Agrotóxicos (Siagro), passou a ser eletrônico, melhorando a visualização do que acontecia no Estado.

A partir de 2019, a Adapar exige as coordenadas geográficas do uso dos agrotóxicos na receita agronômica. No ano passado, as coordenadas foram mapeadas. Agora, há um processo de cruzamento das informações do uso dos principais agrotóxicos relacionados com a mortalidade de abelhas com a localização delas no Estado.

 

Fonte: AEN

(Sirlei Benetti/Sou Agro)