Projeto de pesquisa envolve o percevejo-marrom
O projeto de pesquisa desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia Agrícola, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Cascavel, selecionou o fungo Beauveria bassiana 76 como o mais ativo contra ninfas e adultos do percevejo-marrom-da-soja.
A partir de uma série de experimentos em laboratório, e posteriormente em casa-de-vegetação e em campo, na safra 2020-2021, foram observados resultados positivos que encorajaram a celebração de uma parceria com a empresa Biocamp Laboratórios, de Campinas (SP), para viabilizar um produto comercial a partir do projeto.
O percevejo-marrom Euschistus heros (F.) é uma das principais pragas da cultura da soja, nas principais regiões produtoras do Brasil. Ataca e danifica as vagens, atingindo o grão, afetando a produtividade e a qualidade do produto, o que reduz seu valor comercial.
Os inseticidas químicos de amplo espectro de ação são utilizados de forma intensiva, sendo a tática mais usada para o seu controle. Mas são cada vez mais frequentes os problemas ambientais e de saúde e, ainda, o registro de populações de percevejos resistentes a esses ingredientes ativos.
Diante dessa situação, são buscadas alternativas baseadas em métodos mais seguros e eficazes. Nos últimos anos o controle biológico tem sido estudado intensivamente visando sua reinserção no contexto do controle do percevejo. Nesse sentido, alguns fungos se mostraram eficazes (chamados fungos entomopatogênicos), causando níveis elevados de mortalidade de percevejos em laboratório.
Dentre as atividades, busca-se avaliar a compatibilidade de produtos fitossanitários e o fungo, a ação do fungo contra inimigos naturais e outros percevejos da soja, a proteção da formulação contra a radiação ultravioleta e, ainda, testar diferentes formas de se estabelecer o contato do inseto com o fungo.
A equipe de pesquisa conta com alunos de graduação em Ciências Biológicas e do Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, vinculados ao Labiotec, também em parceria com o grupo de pesquisa da Unioeste, Campus Marechal Cândido Rondon.