Confinamento representa 18% dos animais abatidos no País
Confinar animais para terminação é uma ferramenta imprescindível em qualquer projeto de intensificação pecuária. O que antes era uma simples estratégia de entressafra para explorar o “repique” do valor pago pela arroba se tornou um caminho para a evolução na pecuária para otimizar o modelo de produção. O confinamento representa 18% dos animais abatidos no País.
Além do acompanhamento do peso dos animais, outras ações são importantes nos momentos próximos ao início do confinamento para prevenir problemas e garantir o máximo desempenho nas operações e na produtividade animal. Isso porque a intensificação traz riscos sanitários, que se não forem tratados de maneira estratégica podem comprometer os ganhos.
“Dentre os principais desafios dos animais de terminação estão os metabólicos, sanitários e de manejo, que podem influenciar na mortalidade e morbidade do rebanho. As principais causas de mortalidade no confinamento são pneumonia, clostridioses, fraturas, acidentes e as enterotoxemias”, explica o médico-veterinário João Paulo Lollato.
“As doenças respiratórias dos bovinos (DRB) ganham destaque nos desafios do confinamento porque decorrem dos desequilíbrios entre as defesas naturais dos animais e os fatores ambientais externos e estresse. As DRBs têm causas multifatoriais, como estresse, deficiência nutricional ou mudanças na dieta, exposição a agentes infecciosos, agrupamento de animais de diferentes origens e o transporte. Elas afetam índices produtivos e sanitários dos confinamentos, impactando diretamente na lucratividade do sistema”, ressalta Lollato.
Outra doença que representa um desafio nos animais de terminação é a clostridiose, que pode ser causada por mudança alimentar, manejos de curral ou concentração de animais.
Manejo no dia do confinamento e rondas sanitárias
No dia em que os animais entram no confinamento eles devem passar pelo curral de manejo para receber a segunda dose da vacinação contra as principais doenças respiratórias e clostridiais. Nesse manejo recomenda-se uma dose de anti-helmíntico de amplo espectro à base de levamisol concentrado e mais uma dose da suplementação mineral e vitamínica injetável.
Um aspecto de vital importância no confinamento são as chamadas rondas sanitárias, procedimentos padronizados de vistoria e avaliação dos animais nos lotes que visam detectar os principais problemas nos estágios iniciais.
“A frequência das vistorias depende do desafio momentâneo na operação: nos primeiros 20 dias de confinamento, quando a chance de ocorrência de problemas é grande, devem ser realizadas pelo menos duas vistorias por dia, uma de manhã e outra à tarde. Já entre o 21º e 40º dia, quando a chance de ocorrência é média, pode ser feita uma vistoria diária preferencialmente pela manhã. Se caso for detectado algum surto em algum momento deve-se adotar a prática inicial de duas vistorias por dia. A partir do 41º dia basta uma vistoria a cada dois de manhã”, orienta Lollato.
Foto: Jonas Oliveira/AEN