Flight over modern tractors. Presentation of agricultural machinery. Aerial footage

O princípio do fim das feiras no agronegócio

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti
Flight over modern tractors. Presentation of agricultural machinery. Aerial footage

O agro é a vocação econômica do país, disso ninguém mais duvida. Outro ponto de concordância é a necessidade de intenso investimento em tecnologia, genética, logística e gestão. O risco sempre andou lado a lado com o produtor, que sempre teve mais incertezas do que verdades. Quando a Embrapa se instalou às margens do Rio Verde, na década de 70, onde hoje é o município de Lucas do Rio Verde para estudar a viabilidade de se produzir soja no cerrado, pouca gente acreditou. Mais uma verdade foi enterrada.  

O início da nova fronteira agrícola fez brotar no coração do Centro-Oeste um mundo que cresce na velocidade de uma startup. Hoje o eixo da BR163, berço da soja no Cerrado, é a região que mais se produz grãos no planeta e tem uma fome insaciável por produzir mais. E quem matava essa fome eram as feiras agropecuárias. É lá que as principais tecnologias eram negociadas e implementadas na safra seguinte. No entanto, a pandemia da Covid-19 fez os organizadores cancelarem esses eventos em Mato Grosso pelo segundo ano consecutivo. Será o fim das feiras no agronegócio? 

Como a pandemia começou a mudar as feiras 

A crise provocada pela pandemia em 2020 não chegou forte no agro. Embora tenha travado alguns negócios, segundo o jornalista Ricardo Amorim, estima-se um crescimento de 37% no setor, parte resultado da variação cambial, parte resultado de uma excelente safra. Com mais recursos financeiros e início de uma retomada econômica, o produtor quer fazer negócio e não será apenas olho no olho. Isso significa o fim das feiras no agronegócio como nós conhecemos.  

Inciativas de feiras digitais com tour em 3D que mostram produtos com detalhes, salas de palestras em tempo real com especialistas internacionais e painéis de discussão. Em agosto de 2020 a Coopercitrus Expo Digital quebrou paradigmas e movimentou mais de 1,1 bilhão em negócios, teve visitas de 30 países e mostrou mais uma vez num mercado de incertezas, que grandes valores não são negociados apenas olhando no olho e apertando as mãos.  

Dados da Coopercitrus Expo Digital 

  1. Movimentou R$ 1.106.017.154 em negócios.
  2. Recebeu mais 97.497 visitas virtuais. 
  3. Registrou 19.077 mil pedidos digitais à distância.
  4. Mais de 19 mil itens comercializados.
  5. Recebeu visitas de mais de 30 países.
  6. Teve menção em mais de 500 veículos da mídia nacional.

A digitalização é um caminho sem volta 

O agro encontrou na digitalização o caminho para produzir numa escala que atenda a demanda que não para de crescer. Mas no setor, a última frente que agora vem recebendo a importância que merece é a comunicação, principalmente nos canais digitais. As empresas que não se preocupam com a comunicação e marketing não transmitem valor para seus clientes e tendem a perder espaço para quem tem um bom produto ou serviço e se comunica bem. Se você ficou animado em participar de uma feira virtual eu te convido a dar dois passos atrás e refletir sobre sua comunicação.  

Primeiro cuide de sua marca. Um logotipo tem que contar sua história e estar alinhado ao seu público alvo. Isso vai te colocar à frente da maioria dos concorrentes que negligenciam o símbolo que representa o principal ativo: sua empresa. Se você se preocupa com seu salão de vendas, deve dar ainda mais atenção ao seu site. Ele deve ser o lugar onde seu cliente conhece o valor do seu produto. Assim como a localização da sua empresa é fundamental, estar bem posicionado no Google é uma questão de sobrevivência. Tenha capilaridade nas redes sociais com conteúdos que mostram como você ajuda seus clientes e contribui com a sociedade e meio ambienteSustentabilidade social e ambiental são assuntos cada vez cobrados no mundo dos negócios. É comum empresas do setor terem excelentes ações que ninguém conhece porque deixa de comunicar. Trabalhe paralelamente com anúncios digitais que educam e atraem para uma ferramenta de gestão dos contatos comerciais (CRM). Integre tudo isso ao setor de vendas. Afine o discurso da equipe comercial para vender de forma moderna, rápida e mensurável. 

Venda valor, não preço. 

Clientes pagam para fornecedores que resolvem problemas. Isso só fica claro quando você tem uma jornada que educa. Esse processo invariavelmente passa pela comunicação, principalmente nos meios digitais. Quando os canais são bem estruturados e se integram, a venda fica mais rápida, barata e depende menos do deslocamento do time de vendas. Ter isso pronto permite vender de onde estiver para qualquer lugar no mundo. Estamos vivendo a maior audiência da história da humanidade na internet e o produtor rural também está com o smartphone na mão.  

Com tantas mudanças não resta outra conclusão: é o fim das feiras no agronegócio no formato que conhecemos. E você não pode depender exclusivamente delas para gerar negócios, pois, é possível levar sua empresa até o smartphone do seu cliente. 

 

Por: Tiago Ribeiro – CEO da Carandá – Agência de Publicidade e Marketing Digital com atuação no Agronegócio

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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