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Mandioca: tecnologias trazem novidades para o cultivo

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Cultura presente em praticamente todo o Paraná, a mandioca sempre foi considerada uma “adversária” do solo. Isso porque convencionalmente seu manejo exige gradação e revolvimento da terra, o que colabora para o surgimento de ervas daninhas e da erosão. Mas, por meio do uso do Plantio Direto (PD), técnica amplamente usada nas lavouras de grãos do estado, essa imagem tem mudado na mandiocultura. Para que as manivas de mandioca pudessem ser plantadas neste sistema foi preciso o desenvolvimento de novos cultivares e maquinários adaptados. “Quando o Plantio Direto chegou ao Brasil, na década de 1970, a mandioca entrou na onda, mas como não havia cultivares adaptadas, isso levou tempo, pois a mandioca tem pouca variabilidade genética. É uma planta nativa que ninguém mais no mundo estuda”, relata o técnico Bruno Vizioli, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Os resultados deste trabalho começaram a surgir há cinco anos, tanto na forma de cultivares aptas ao Sistema de PD, quanto em maquinários adaptados para o plantio da maniva na palhada. “Fomos testando variedades e algumas se mostraram aptas ao Plantio Direto. A muda da variedade tem que ser um pouquinho mais tolerante à estiagem”, explica o pesquisador do IDR-Paraná Mario Takahashi, que participou do processo de descoberta das variedades utilizadas ao Sistema de Plantio Direto.

 

O pesquisador observa que a mandioca encontra diferentes situações de cultivo no Estado. “Se pegar região onde a sequência da rotação de culturas envolve grãos, a mandioca entra num esquema muito bom, em cima da palha do milho. Devido ao seu sistema radicular, ela promove a recirculação de nutrientes. Se entrar no esquema de rotação de culturas, a próxima lavoura de soja vem muito bem também”, observa.

Porém nem sempre é possível esse cuidado. “Na região do Arenito Caiuá, onde tem rotação com pastagem, existe RAIZ uma dificuldade em implantar o PD, pois muitos são arrendatários. Eles não conseguem entrar com antecedência para preparar o terreno”, avalia. Esse é o caso de Carlos Eduardo Maia, que planta mandioca em uma área de 300 hectares em São João do Caiuá.

 

Atento às novas tecnologias, o produtor já participou de Dias de Campo que apresentaram o PD na cultura da mandioca e se interessou pela possibilidade. “A gente pensa em adotar essa técnica, mas para isso precisamos de mais conhecimento, adaptar a plantadeira. Mas vemos que é a tendência”, diz Maia, que observa diversas vantagens no sistema. “O preparo de solo vai ser muito mais ágil. Hoje você tem que gradear a terra para o plantio. Também tem a questão do meio ambiente e conservação de solo. Com a palhada, a terra não fica exposta, você tem menos problema com ervas daninhas e com erosão”, avalia.

Outra vantagem observada pelo produtor diz respeito à mão de obra. “Se houver investimento nessas duas tecnologias, PD e colheita mecanizada, teremos uma otimização nos custos de mão de obra”, prevê Maia. Por enquanto o produtor aguarda a consolidação da técnica para adotar na mandioca. “Ainda falta uma assistência técnica, tanto na questão do maquinário quanto questão agronômica”, diz.

 

(FONTE: Sistema FAEP)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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