Escoamento da soja eleva preços do frete
O escoamento da soja brasileira, que normalmente toma conta dos serviços de frete nos períodos de colheita, desta vez eleva os preços do transporte a níveis recordes. As cotações para a movimentação de grãos em Mato Grosso, maior estado produtor da oleaginosa, alcançaram os valores mais altos na série histórica em janeiro, e devem atingir patamares ainda maiores neste mês de fevereiro. As informações são do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com o registro de 2,45 milhões de toneladas em exportações apenas em janeiro deste ano, a soja alcançou valor recorde também de receita, chegando a US$ 1,24 bilhão no último mês. “As informações do mercado indicam uma demanda mundial crescente pela oleaginosa, em virtude da retomada da produção e do consumo de proteína animal no mundo, o que indica redução da relação estoque/consumo de soja em grãos em 2022”, afirma o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “E as exportações brasileiras em janeiro de 2022 foram históricas tanto em receita quanto em embarques para este período do ano”.
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De acordo com a pesquisa mensal realizada pela Conab para monitorar as rotas mais relevantes de corredores logísticos com origem nos estados produtores, o preço de frete praticado em Mato Grosso aumentou 41% nos percursos de Querência/MT para Araguari/MG e Colinas/TO em relação a janeiro do ano passado, chegando ao valor de R$ 270 por tonelada. Entre os trajetos realizados, a mais cara é de Campo Novo/MT para o porto de Santos/SP, cotada em R$ 430/t (aumento mensal de 10% e de 33% em relação a jan/21).
Em Goiás, que passou a ser o segundo maior produtor de soja nesta safra, após a quebra registrada nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, a antecipação ainda em janeiro da colheita da soja nos principais municípios fez aumentar a demanda por caminhões, marcando o reinício das atividades com forte movimentação dos grãos. A rota mais cara no período de janeiro foi a de Rio Verde/GO para Imbituba/SC, cotada em R$ 250,50, aumento de 6% em relação a dez/21. Em termos percentuais, a elevação maior foi no trecho de Bom Jesus de Goiás para São Simão/GO, que passou de R$ 67,50 para R$ 92, um incremento de 36% no total.
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PARANÁ
As lavouras paranaenses foram bastante prejudicadas pela estiagem, principalmente nas regiões oeste e sudoeste, e a quantidade dos grãos para embarque está sendo menor que o esperado, razão pela qual os valores de frete diminuíram na maioria das rotas analisadas. A expectativa inicial de boas produtividades foram completamente modificadas, refletindo o efeito das condições climáticas adversas, provocadas pelo fenômeno “La Niña”. A produção de soja, que na safra anterior atingiu 19.880 mil toneladas, nesta na recente divulgação realizada pela Conab foi fixada em 13.048 mil, redução de 34,4%. Com relação ao milho de primeira safra, na safra anterior foram produzidas 3.124 mil toneladas, e agora, 2.702, isto é, redução de 13,5%. Os reflexos desse quadro transpareceram nos valores dos fretes. O transporte do milho na rota Toledo – Passo Fundo no RS teve incremento de 17% nos fretes. As operações envolvendo soja com destino a Paranaguá apresentaram redução de 31%, partindo de Cascavel e Ponta Grossa.
Acesse o boletim detalhado AQUI.
(Fonte: Conab)