Embargo com os dias contados? perdas perto dos R$ 10,1 bi
#souagro | Já são dois meses de “geladeira” por parte do embargo do governo chinês frente à carne bovina brasileira. O medida, como parte do acordo comercial bilateral estabelecido entre a China e o Brasil já provocou sérios impactos na cadeia produtiva e inclusive, influenciando nos valores pagos pela arroba do boi. Dezembro para cá, a queda foi substancial. A cotação no oeste está em R$ 260.
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A possibilidade do fim do embargo tem uma explicação simples: o deadline para garantir o abastecimento. Para especialistas, essa postura radical da China foi uma estratégica para forçar o Brasil a baratear o custo da carne vendida ao país asiático. Entretanto, essa possibilidade é remota, na óptica da ministra da Agricutura, Tereza Cristina. A China e responsável pela compra de 50% da carne bovina brasileira. O autoembargo teve início em 4 de setembro. O sinal verde de entrada da carne brasileira se deve às proximidades dos festejos de fim de ano.
A própria Tereza Cristina admitiu que as negociações para o fim das restrições encontram-se em adiantadas. A decisão do embargo se deve à ocorrência de dois casos atípicos do mal da vaca louca, nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso.
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Detentora de índices superlativos por conta de sua densidade populacional – 1,4 bilhão de pessoas -, a China se destaca no mundo, por tratar-se de um país com demanda crescente da proteína. Os embarques da carne brasileira precisam de um tempo médio de 50 a 60 anos para chegar na China, por isso o limite para a suspensão do embargo. “São conversas eminentemente técnicas e troca de informações em torno da reabertura de mercado”, salienta a ministra.
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Caso o fim do deadline não ocorra, o país retomará as compras de novos lotes somente no próximo ano. Isso quer dizer que a carne já enviada precisará ser direcionada a outros mercados consumidores ou até mesmo retornar para o país de origem, no caso, o Brasil. Enquanto os embargos não cessam, os chineses recorrer à compra da proteína em outros centros de fornecimento pelo mundo.
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O aniversário de dois meses do embargo será completado nesta terça-feira, Dia de Finados. Desde a decisão, o valor da arroba caiu entre R$ 50 e R% 60, dependendo da região. Muitos frigoríficos se viram obrigado a abastecer o mercado doméstico com a carne que seria exportada para os chineses. O prejuízo calculado é de R$ 1.300 por cabeça para os animais mantidos em confinamento. Se a suspensão persistir até o fim do ano, as perdas serão de R$ 10,1 bilhões para o Brasil.
(Vandré Dubiela/Sou Agro, com agências)
Foto: Thiago Pereira