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Drones de pulverização: o céu não é o limite

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | Drones de pulverização: o céu não é o limite. A cada dia, surgem novos adventos tecnológicos capazes oferecer ao produtor suporte para elevar seus índices de produtividade sem necessidade de ampliar a sua área de cultivo. O mundo abre as portas para a modernidade no campo, agora, com o reforço dos drones de pulverização, uma tendência nos países mais desenvolvidos e um mercado em franca expansão no Brasil.

Em entrevista exclusiva concedida ao Sou Agro, logo após proferir palestra na Semana do Engenheiro Agrônomo promovida pela AREAC (Asosciação Regional dos Engenheiros Agrônomo de Cascavel), o diretor-executivo do Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), Gabriel Colle, disse que o “céu não é o limite”, em se tratando de recursos aéreos para a agricultura e pecuária. “Os drones de pulverização é uma tecnologia nova, mas que veio para ficar e deve avançar muito a partir da superação de alguns desafios”, pontua.

Inicialmente, a atividade é vista como uma oportunidade de mercado, principalmente no que tange à criação de novos postos de trabalho. “A China conta com 150 mil drones, imagine só quantas pessoas depositam a sua sobrevivência trabalhando com essa tecnologia”, cita Colle.

No Brasil, são 1.500 drones de pulverização estimados atualmente. “Imagine o Brasil aumentar dez vezes esse número e chegar a 15 mil drones de pulverização daqui a dois, três anos, o que é perfeitamente possível. Vai ter que ter mais indústrias, mais cursos, mais capacitação, mais assessoria de imprensa, mais advogados, mais viagens, mais hotéis, mais alimentação, ficando bom para todo mundo”.

O uso de drones nas pulverizações vem ao encontro de um dos principais anseios da sociedade: o alimento seguro. “Ao utilizar uma ferramenta de agricultura de precisão, as pessoas começam a olhar com outros olhos, pois ainda, um dos grandes desafios é fazer com que a agricultura brasileira se comunique de uma melhor forma com a sociedade, por isso que ela e mal interpretada e a gente acredita, que com o drone, podemos fazer diferente: comunicar desde o começo, mostrar como funciona e trabalhar para desenvolver essa tecnologia de forma adequada”, explica Gabriel Colle.

 

REGULAÇÃO

Sobre as normativas em torno da utilização e legalização do uso de drones de pulverização no Brasil, o diretor-executivo do Sindag fala que, a exemplo da maioria das coisas que acontece no Brasil, primeiro vem a tecnologia e depois vem tentando correr atrás a organização disso e é o que o governo faz atualmente. “A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), responsável por regular o espaço aéreo do Brasil, saiu na frente em 2017. Ela classificou os drones em tamanhos: drones de até 25kg, de 25kg a 150kg e acima de 150kg.

“Hoje, podem operar no Brasil os drones de até 25kg, isso em relação a espaço aéreo, mas quando partimos para os dispositivos utilizados para a aplicação de defensivos, apenas em 22 de setembro de 2021, que o Ministério da Agricultura publicou a sua portaria 298, que diz como que os drones devem operar no Brasil: receituário agronômico, cursos que precisam ser feitos e uma série de normativas e relatórios que precisam ser disponibilizados todos os meses no sistema do Ministério da Agricultura. As informações enviadas serão auditadas em campo. Com isso, o governo federal pretende separar os amadores dos profissionais.

Outro ponto fundamental é a presença de um responsável técnico na empresa dedicada à pulverização por meio de drones, ou seja, um engenheiro agrônomo ou ambiental, para que possa dar o respaldo do que será aplicado e sobre as áreas de tratamento.

Para Gabriel Colle, a região de Cascavel tem um valor agregado do agronegócio incrível e os números são impressionantes, por isso que a tecnologia se desenvolve aqui. “A empresas de drone pioneiras no Brasil nasceram nessa região”. A recomendação ao agricultor: seja curioso para conhecer, dê a oportunidade para que essas empresas possam fazer uma aplicação, mesmo que em uma pequena área da propriedade afim de fazer o comparativo de resultado do sistema convencional e pelo método com drones, além de fazer a colheita das áreas separadamente”. Ela finda a entrevista “com um conselho de amigo”, sugerindo aos produtores: não comprem drones, contrate uma empresa para realizar as aplicações aplicar, porque a burocracia existente é a mesma que as empresas do ramo enfrentam.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

Foto: smartdrones

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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