Cooperativas do Paraná já sondam milho americano para suprir escassez

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

#souagro | A quebra na safra do milho safrinha em mais de 20%, as adversidades climáticas e a escassez deste grão, um dos principais insumos da cadeia produtiva de carnes, já mobiliza algumas cooperativas paranaenses, e inclusive da região oeste, a sondar a aquisição de milho dos Estados Unidos para suprir a carência de insumos de seus integrados. A informação foi confirmada nesta semana pelo superintendente da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), engenheiro agrônomo Robson Mafioletti, em entrevista ao Portal Sou Agro. “Há cooperativas do oeste paranaense que já estão estudando a compra de navios abarrotados de milho oriundos dos Estados Unidos. Se essa situação de escassez do grão não mudar, é muito provável que será precisa buscar o grão em outros países, do Mercosul e fora dele”.

 

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A facilidade de exportar o milho dos países do Mercosul é a isenção da tarifa externa comum. É preciso ressaltar ainda que a Câmara de Comércio Exterior liberou a exportação do milho dos Estados Unidos e também de outras origens. Com o câmbio elevado, esse milho vindo de outras divisas ainda chega com valor relativamente alto para o Brasil, com cenário de paridade em relação ao mercado interno. “A busca por milho de outros países pode ocorrer, principalmente por parte de quem tem demanda grande, como cooperativas do oeste e empresa de proteína animal”, salienta Mafioletti. “A prioridade é buscar esse abastecimento com os próprios cooperados, mas vamos buscar onde surgir a oportunidade”.

 

“CORONAVOUCHER”

Para Mafioletti, o Coronavoucher, nome popular dado ao auxílio-emergencial implantado pelo governo federal, vai estimular o mercado de carnes, em especial os produtos da cesta básica. “Esses recursos disponibilizados pela União são transformados em alimentação”, destaca o superintendente da Ocepar. “Isso talvez ajude um pouco a equacionar a conta”.

O aumento do custo do farelo de soja e milho impacta diretamente nas empresas de proteína animal, principalmente na de frango. Tudo por conta da quebra na safra e do câmbio elevado.

(Vandré Dubiela)

 

Vendas de milho recuam nos EUA

Exportadores dos Estados Unidos venderam 137,4 mil toneladas de milho da safra 2020/21 na semana encerrada em 29 de abril, informou nesta quinta-feira o Departamento de Agricultura do país (USDA). O volume representa queda de 74% em relação à semana anterior e de 72% na comparação com a média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Japão (206,8 mil t), México (141,6 mil t), Coreia do Sul (121,7 mil t), Colômbia (118,6 mil t) e China (83,1 mil t). Cancelamentos foram feitos principalmente por destinos não revelados (559,1 mil t). Para 2021/2022, foram relatadas vendas de 106,2 mil toneladas. Os principais compradores foram destinos não revelados (50,8 mil t), Japão (32,5 mil t) e México (22,9 mil t).

(Canal Rural)

 

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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