Confira a estimativa de safra e análise de mercado no Paraná
#souagro | O Deral, (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento), divulgou informações do relatório mensal de janeiro, sobre a estimativa e análise de mercado da safra paranaense das culturas de milho, feijão e soja.
De acordo com o analista do Deral, Edmar Gervásio, o relatório mensal de janeiro apontou que novamente haverá uma safra frustrada de milho no Estado. A primeira safra de milho que está no campo neste momento e teve seu início de colheita em janeiro, já foram colhidos 14% de uma área estimada de 437 mil hectares, apresentam uma estimativa de produção de 2,7 milhões de toneladas. “Esse número traz uma redução de 36% ao potencial inicial de produção que era de 4,3 milhões de toneladas”, aponta o analista. Essa redução deve provocar impactos pontuais no abastecimento do mercado local neste primeiro semestre de 2022. “Já a segunda safra teve o início do plantio em janeiro e já avançou pouco mais de 10% da área estimada de 2,6 milhões de hectares plantados e em primeiro momento a segunda safra de milho deve transcorrer dentro da normalidade, com uma produção esperada de 15 milhões de toneladas neste momento”.
Os impactos verificados na primeira safra de milho são os mesmos em outras culturas como feijão e a soja, resultado da estiagem que assolou todo o Estado do Paraná em 2021, e isso trouxe uma redução de produção.
Já no cenário de mercado, o cereal mantém preços firmes a um bom tempo, oscilando entre R$ 80 e R$ 90 a saca. Fechou janeiro valendo R$ 88, representando uma alta de 22%, em comparação com o mesmo período do ano passado. “Isso de certa forma traz um equilíbrio ou pelo menos tenta mitigar a perda do produtor”. Apesar dessa perda no campo, ele tem uma rentabilidade um pouco maior por conta do produto que ele colhe pelo campo justamente pelos preços mais elevados neste início de fevereiro.
FEIJÃO
A análise da cultura do feijão foi feita pelo analista do Deral, Methódio Grosko. Segundo ele, a primeira safra de feijão no Paraná, mais conhecida como feijão das águas, ocupou uma área de 140 mil hectares, com produção inicial estimada em 276 mil toneladas. “No entanto, a partir de novembro do ano passado, a cultura já enfrentou muitos problemas. Novembro, com muito frio e ventos gelados. Dezembro, caracterizado pela seca severa. Essas intempéries climáticas afetaram muito a produção”. Em vez de colher 276 mil toneladas, houve uma quebra de 31%, ou seja, 86 mil toneladas a menos. “Então, hoje, a estimativa é de colheita de 190 mil toneladas de feijão”. Multiplicando pelo preço atual do feijão, essa quebra de 31% representa em um prejuízo superior a R$ 400 milhões.
Hoje, os preços são considerados satisfatórios. No fim do ano, estava na base de R$ 230 a R$ 240 a saca. E nas últimas semanas de janeiro, atingiu R$ 290 a saca. Com relação à segunda safra, a safra das secas, está estimada uma área de 263 mil hectares e a produção em 520 mil toneladas de feijão. “Se confirmada essa produção, serão 82% superior à safra do ano passado, ou seja, é uma safra muito boa, safra cheia, mas vamos depender muito das condições climáticas daqui por diante”.
SOJA
Sobre a cultura da soja, a principal cultura agrícola do Estado, o analista do Deral, Edmar Gervásio, comenta que a produção de soja deve ficar em torno de 12,8 milhões de toneladas. “Quando falamos comparando a produção inicial prevista de 21 milhões de toneladas, temos uma perda no campo de aproximadamente 8 milhões de toneladas”. A área plantada estimada é em torno de 5,6 milhões de hectares, mais ou menos o mesmo tamanho de área na safra 2020/21. Um dos principais fatores responsáveis por essa queda considerável de produção no Paraná é a estiagem e outro fator é que, durante o desenvolvimento da lavoura, o calor intenso prejudicou as plantas, trazendo essa redução de forma significativa.
Em contrapartida, o cenário de mercado é favorável. A saca de 60 quilos ultrapassa a margem dos R$ 160, representando um ganho de 8% se comparar ao mesmo período do ano passado. A expectativa é dos preços se manterem elevados, apesar de uma pequena queda no dólar, justamente por conta de uma oferta menor da oleaginosa, não só no Paraná mas no Brasil, que também deverá ter uma produção menor, se comparada à safra de 2020/21.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)