Comprimido efervescente combate o borrachudo
Os Simuliidae, popularmente conhecidos como borrachudos, são pequenas moscas que vivem próximos a córregos. As larvas desse inseto se desenvolvem na água corrente, como rios e córregos e alimentam-se da matéria orgânica presente na água, como restos de ração, esgoto doméstico ou fezes de animais que vão para os rios.
Para a mestranda do Programa em Mestrado Conservação e Manejo de Recursos Naturais (PPRN) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, Paula Costa Lis, esses insetos podem gerar problemas. “Geralmente os borrachudos não incomodam quando estão em pouca quantidade, mas quando o ambiente está alterado, essas populações podem aumentar muito e causar sérios prejuízos” destaca.
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Segundo o professor Luis Angeli Alves, orientador da pesquisa e docente do curso de Ciências Biológicas e do(PPRN, desde 2019 uma parceria entre Unioeste, Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Federal do Paraná (UFPR) busca desenvolver uma forma alternativa do mosquito. A pesquisa envolve um produto biológico a base de bacillus thuringiensis israelenses que ao ser ingerida pela larva acaba morrendo. “Esse formulado é um comprimido sólido efervescente que pode ser aplicado diretamente nos riachos facilitando a aplicação em locais de difícil acesso. Seria um produto mais barato, visto que o que existe hoje são dois produtos importados e que são muito caros”, destaca Paula.
“Em Cascavel existem locais que sofrem com esse problema, principalmente na área rural, sendo uma questão já debatida até mesmo pela Prefeitura. Em virtude desse problema observado, este trabalho está sendo realizado e esperamos que em breve esse novo formulado possa ser validado para uso na nossa cidade e até mesmo na região”, explica Paula.
A UEL produz a bactéria (fermentadores), a UFPR produz o formulado (comprimidos efervescentes), enquanto coube a Unioeste toda a experimentação, e a mestranda testa em laboratório e campo. O processo está finalizando os testes em laboratórios com um protótipo do formulado para ser testado em campo.
Paula é funcionária pública da Secretaria de Saúde e médica veterinária no setor de controle de zoonoses, a pesquisa que resulta no combate ao borrachudo veio de um problema encontrado no trabalho da mestranda. “Entrei no programa de mestrado com a intenção de fazermos esse estudo em Cascavel. A demanda dos borrachudos era uma demanda que acabou surgindo no setor que eu trabalho, e então eu fui autorizada a fazer o mestrado”, comenta.
Fonte: Unioeste