Com médias de preços nunca vistas, combustíveis devem aumentar ainda mais

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Aumentos e mais aumentos, é assim que o combustível tem sido tratado como notícia nos últimos meses. Tanto que a última média de valores nacional foi de R$ 6,71, mas teve cidade brasileira registrando o valor do litro por R$ 7,99.

No Paraná alguns municípios também tiveram preços altos, inclusive acima da média nacional. Valores que chamam atenção até mesmo dos especialistas que trabalham no setor há décadas.

Cidades do Paraná tem média de preço dos combustíveis maior que nacional

 

MAIS AUMENTO

A variação é grande em todo país, mas afinal o que causa tanto aumento para o consumidor? O diretor regional do Sindicombustíveis em Cascavel, Roberto Pellizzetti, explicou ao portal Sou Agro que vários fatores influenciam nesse resultado: “O preço dos combustíveis é resultado de uma equação usada pela Petrobras em que entra especialmente o preço do barril do petróleo e o preço do dólar. Também há um acréscimo de 27% de etanol anidro (que é misturado à gasolina) e está nas alturas, nunca esteve tão elevado preço do etanol, em função da quebra de Safra, em função do preço do açúcar tá sendo mais atraente dos usineiros no mercado externo. Então eles também usam essa paridade para poder precificar no mercado interno.”

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E para um futuro próximo as notícias não são animadora, esses valores já considerados altíssimos, devem ficar ainda mais caros para o consumidor. Inclusive já há possibilidade do petróleo chegar a US$ 90. Na prática isso significa que um novo reajuste deve chegar em breve nas bombas dos postos de combustíveis: “Os preços estão numa escalada nunca vista, eu tenho 34 anos nesse mercado e o problema é o efeito cascata no preço dos combustíveis, o país tem um modal rodoviário, então reflete em tudo que nós vivemos, especialmente na agricultura, né que tem um insumo importante no diesel, né? Então a situação bastante preocupante, em futuro próximo se fala no petróleo US$ 90”, finaliza Pellizzetti.

 

CONFIRMAÇÃO DO MINISTÉRIO

O aumento do petróleo foi confirmado pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante audiência pública das comissões de Infraestrutura nesta terça-feira (9). Segundo o ministro, o preço vai subir por conta da chegada do inverno no Hemisfério Norte e o consequente aumento do consumo.

Ministro Bento Albuquerque

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Bento Albuquerque justificou a alta de preços dos combustíveis em 2021. “Por que houve aumento? Principalmente pela alta do petróleo, 60% só em 2021, e com tendência, com a chegada do inverno no Hemisfério Norte, deve subir um pouco mais.”

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Albuquerque destacou ainda que, embora a produção de petróleo no Brasil tenha aumentado em 2021, no restante do mundo, ela diminuiu. Isso teria gerado uma crise de oferta e demanda. Ao citar o preço do barril de petróleo, outro fator destacado pelo ministro para a alta da gasolina e do diesel foi a desvalorização do real em comparação ao dólar. “O preço saiu de US$ 66, em janeiro de 2020, e o valor subiu, hoje está em US$ 84. E se formos ver a desvalorização cambial, o dólar saiu de R$ 4 em janeiro de 2020 e hoje está em R$ 5,55. Isso tudo leva a aumento nos preços dos combustíveis”.

ALTERNATIVA

Albuquerque negou interferência do governo federal neste setor da Petrobras. Ele disse que, sendo uma empresa pública de economia mista, a estatal não pode sofrer interferência do governo na fixação dos preços dos combustíveis.

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Sem dar detalhes da proposta, nem de quando será oficialmente apresentada, Bento Albuquerque, adiantou que o governo estuda criar um “colchão tributário” e uma reserva estabilizadora de preços para conter a alta nos preços. Uma proposta nos mesmos moldes já havia sido sugerida pelo Fórum de Governadores ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

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Ainda de acordo com o ministro, a redução de tributos para resolver o problema dependerá de compensações. “Alguns tributos já foram reduzidos, outros estão em análise, tem que haver compensação. O colchão tributário, que é uma medida que pode permitir, ao longo do tempo, que essas variações dos preços do petróleo e também dos combustíveis sejam compensadas de alguma forma. E uma reserva estabilizadora de preço, que seria uma reserva de capital que pudesse ser aplicada quando houvesse uma volatilidade muito grande. ”

(Débora Damasceno Sou Agro com Agência Brasil )

 

 

 

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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