Pesca no Lago de Itaipu

Colônia de pescadores ameaçada no oeste do Paraná

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
Pesca no Lago de Itaipu

 

#souagro | A baixa no Lago de Itaipu, no oeste do Paraná, atenuada nos últimos dias pela ocorrência de chuvas, prejudicou ainda mais a atividade de pesca profissional no Lago de Itaipu, em Santa Helena. Outros agravantes envolvem a falta de peixes que não estão subindo rio acima e a dificuldade de recadastrar os pescadores para o recebimento do seguro defeso, em virtude de bugs no sistema digital federal.

Presidente da Colônia de Pescadores Nossa Senhora dos Navegantes, Lírio Hoffmann admitiu ao Portal Sou Agro que em 10 anos, se a situação não melhorar, a pescaria de subsistência será extinta em Santa Helena. “Dos mais de 100 pescadores cadastrados atualmente, apenas 40 vivem da atividade e esse número tem reduzido consideravelmente, pois os filhos dos pescadores estão procurando outras atividades, colocando em risco a continuidade da profissão para os próximos anos no município”, admitiu.

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O seguro-defeso, pago pelo governo federal no período da piracema, vai garantir o repasse de R$ 132 mil aos pescadores cadastrados e que vivem da pesca profissional durante três meses. O difícil momento vivido pela pesca em Santa Helena pode ser medido também pelo número de pontos de pesca. De nove, reduziu para cinco nos últimos anos. Boa tarde dos produtores também deixaram a profissão por conta da aposentadoria.

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O presidente da Colônia de Pescadores também aponta o número crescente de algas no reservatório, que tem prejudicado a pesca e comprometendo a eficiência dos equipamentos utilizados para retirada dos peixes, como as redes. Entre as espécies que ainda são encontradas no Lago de Itaipu em Santa Helena, no oeste do Paraná, ele cita a corvina, traíra, perna de moça, cará e o armado. “Mas não é como antigamente, em que a pesca era abundante e garantia a sobrevivência dos pescadores. Hoje, ninguém consegue viver somente da atividade, levando os pescadores a fazerem “bicos” para garantir o sustento da família”, relata Hoffmann.

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OESTE

A renovação dos pescadores também compromete a continuidade da atividade em Santa Helena. “Há muito tempo que não cadastramos filhos de pescadores para manter a tradição das famílias”, comenta. O que ainda mantém a Colônia de Pescadores em pé, é o repasse da Itaipu de R$ 2.150 ao longo de oito meses do ano – o repasse é suspendo em períodos da piracema – e o recurso obtido junto à Prefeitura de Santa Helena, uma vez por ano, no valor de R$ 13.500, como forma de contrapartida pelo suporte na limpeza nas ações pontuais de limpeza do Lago de Itaipu. “Esses recursos são fundamentais para mantermos a estrutura em funcionamento, pagar água, energia elétrica, internet, secretária e demais despesas”, salienta o presidente da Colônia de Pescadores Nossa Senhora dos Navegantes.

 

Arraia gigante

A Colônia de Pescadores Nossa Senhora dos Navegantes ficou conhecida no Paraná e no Brasi em 2013l, ao capturar em uma arraia de 14,3 quilos no Lago de Itaipu. O animal media cerca de noventa centímetros de comprimento e sessenta de diâmetro. Enroscou em uma rede já sem vida. Na época, Lírio Hoffmann disse que as arraias eram comuns no reservatório e nos rios da região, mas geralmente, eram menores. A arraia é típica de água doce, apesar de existir outras espécies que vivem em água salgada. O uso da rede é permitido no Lago de Itaipu, a não ser entre os meses de novembro e fevereiro, época da piracema.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

Foto: RGL

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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