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Algodão: novos métodos diferenciam tipos de semente

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba ( UEPB ), em parceria com as equipes da Universidade Federal de Pernambuco ( UFPE ), da  Universidade de Malta  e da  Embrapa Algodão  (PB), desenvolveram novos métodos para diferenciar sementes de algodão convencional do algodão transgênico. 

Os métodos, que utilizam técnicas baseadas nas espectroscopias no infravermelho próximo (NIR) e Raman, além da análise de imagens hiperespectrais NIR, permite diagnósticos de forma rápida, precisa e com baixo custo, sem destruir como anterior .

 

Aliam, ainda, princípios da Química Verde, sem o uso de reagentes químicos e, consequentemente, resíduos químicos, o que resulta em baixo impacto ambiental e baixo carbono, menor uso de água e energia.

Everaldo Medeiros , pesquisador da Embrapa Algodão que integra a equipe responsável pelos novos métodos, explica que são usados ​​marcadores moleculares para realizar a rastreabilidade da origem genética e a proteção de cultivares em algodão e em outras culturas. 

 

“Os métodos hoje utilizados para essas finalidades são laboriosos, caros, demorados e não preservam como fund. Além disso, no Brasil há poucos laboratórios especializados para tais serviços ”, conta. “Já os que desenvolvemos são mais práticos e rápidos para a fenotipagem de materiais desenvolvidos pela Embrapa e vir a ser uma inovação capaz de diferenciar produtos geneticamente modificados daqueles que não o são (OGMs e não OGMs), por exemplo, em cultivos e agroecológicos ”, acrescenta

Os métodos avançados avançados em pesquisa para fenotipagem rápida e não destrutiva, e como marcadores digitais. Inicialmente, os principais beneficiados com a utilização das equipes de pesquisa, mas, com o aprofundamento e consolidação das aplicações, o setor produtivo e a sociedade devem ser beneficiados com inovações de maior acesso e facilidade de uso.

 

Os pesquisadores utilizaram um instrumento Raman portátil e um espectrômetro de infravermelho próximo de bancada, além de recursos de imagens hiperespectrais NIR, combinando novas metodologias analíticas. A espectroscopia Raman é baseada na espalhamento da luz pelos objetos, enquanto a espectroscopia de infravermelho baseia-se nos efeitos da absorção da radiação. Já a análise de imagens hiperespectrais é uma técnica que ilustra uma composição química dos objetos por meio de imagens e diferentes digitais (RGB) e espectrais (visível, infravermelho e fluorescência)

“Futuramente os métodos desenvolvidos podem ser combinados aos marcadores moleculares para analisar sementes de indivíduos de alto valor genético com o objetivo de verificar características superiores com maior precisão, além de realizar a fenotipagem, a rastreabilidade e a classificação de diferentes genótipos”, vislumbra Medeiros.

 

Uma pesquisa

Os estudos, publicados em setembro de 2021 nos periódicos especializados  Métodos Analíticos  e   Spectrochimica Acta Parte A: Espectroscopia Molecular e Biomolecular , teve destaque em eventos científicos – foram premiados no Encontro de Iniciação Científica da UEPB e geraram duas dissertações de mestrado e trabalhos em congressos nacionais e internacionais.

De acordo com um dos estudos, a identificação de sementes geneticamente modificadas geralmente requer uma abordagem individual das sementes. “Isso se deve ao fato de que a mistura de cultivares transgênicas e comum pode levar à contaminação ou extinção das espécies convencionais”, diz o artigo científico.

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Os métodos foram registrados para classificação das cultivares convencionais  BRS Aroeira  e transgênica  BRS 368 RF , ambas desenvolvidas pela Embrapa. Uma análise por meio de infravermelho próximo teve percentual de erro de classificação de apenas 2,3%. Por meio da espectroscopia Raman, não houve erros de predição. Além de não destrutiva, a metodologia possibilita a análise de vários deles de sementes de uma vez. 

 

(FONTE: Embrapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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