Armadilha inteligente prevê infestação de lagartas em soja
A Tarvos, empresa brasileira de base tecnológica, desenvolveu estações inteligentes de monitoramento e alerta sobre insetos-praga (lagartas) para reduzir o uso de defensivos, gerar economia e prevenir perdas nas lavouras. O primeiro teste comercial do equipamento Tarvos LD ocorreu na safra de verão de 20/21 com 50 mil hectares monitorados em 23 fazendas de soja e de algodão nos estados do Mato Grosso e Bahia.
“Nosso sistema ajuda o produtor a encontrar a melhor janela de aplicação e assim melhorar a eficiência deste processo, economizando em insumos, porque a pulverização só acontece quando ela realmente é necessária”, explica Andrei Grespan, co-fundador da Tarvos.
Os resultados da safra de algodão, ainda em fechamento, apontaram para uma economia de pelo menos 20% na aplicação de defensivos agrícolas em fazendas mato-grossenses no controle da lagarta do cartucho.
Agro 4.0
Isso foi possível graças a um conjunto de tecnologias Agro 4.0, que foram implementadas com apoio da Fapesp. As estações de monitoramento têm câmeras especiais para o registro remoto de infestações de mariposas (fase adulta da lagarta).
Fotos diárias são capturadas e os dados são processados na própria estação com o software Tarvos View, que usa inteligência artificial para contagem e classificação dos insetos.
A partir daí, os dados são enviados por meio de um link satelital a uma plataforma web de acompanhamento.
O equipamento faz a própria contagem automática das mariposas capturadas durante a noite e as informações são transmitidas logo na manhã seguinte.
A transmissão dos dados de contagem e classificação dos insetos é feita por redes satélites que garantem o funcionamento em qualquer lugar da América Latina.
Dessa forma, os gestores das propriedades conseguem acesso remoto por meio de celular ou tablet sobre a condição da lavoura para tomadas de decisões e redução de até 70% no número de visitas e inspeções da lavoura.
“Com a ferramenta digital, é possível receber alertas com todas as informações sobre a lavoura para a tomada de decisões. Toda vez que um talhão exceder o nível de controle, o responsável pela área será alertado sobre a situação, onde quer que ele esteja. Tudo isso, sem precisar ir à campo de maneira desnecessária”, conta.
Lagartas
Alguns exemplos de espécies monitoradas pela tecnologia são as lagartas do complexo Spodoptera, que geram prejuízo de até R$ 20,5 bilhões para os produtores de milho só no Brasil.
Do mesmo modo, o sistema também pode monitorar a Helicoverpa armigera e a lagarta falsa medideira, que provocam perdas anuais de R$ 26 bilhões em todo o mundo.
O prognóstico para a safra 21/22 é quadruplicar a área anterior, alcançando 200 mil hectares nos principais polos agrícolas do Brasil. O foco será o monitoramento da lagarta-do-cartucho no algodão, da lagarta falsa medideira na soja e da broca-da-cana.
Manejo integrado de pragas
O monitoramento é uma das bases mais importantes do Manejo Integrado de Pragas (MIP), já que o tamanho das lagartas e o nível de infestação influenciam diretamente no sucesso do controle.
“Quando as aplicações de produtos biológicos ou químicos são realizadas no momento certo, existem mais opções de produtos, a eficácia de controle é maior e os custos menores. Assim, o MIP requer determinações precisas e rápidas dos níveis populacionais das pragas presentes no campo”, finaliza Andrei.
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FONTE: AGEVOLUTION