Caos logístico abala exportação de carne do Paraguai e Uruguai
Interrupções no transporte marítimo global e rios atingidos pela seca ameaçam reduzir a exportação de carne bovina do Paraguai e Uruguai, em um momento em que a alta de preços dos alimentos aumenta a inflação em todo o mundo.
“Isso vai continuar pelo menos até setembro e outubro”, disse Pauls em entrevista por telefone. “Essa redução dos abates se refletirá no volume de exportação em setembro”.
Pauls fez os comentários depois que frigoríficos uruguaios alertaram sobre potenciais cortes de produção no mês que vem. A carne congelada está se acumulando em armazéns refrigerados porque os navios porta-contêineres estão desviando do porto de Montevidéu em favor de escalas mais lucrativas.
Alguns frigoríficos uruguaios estão mandando contêineres por terra a portos no sul do Brasil ou mesmo a Valparaíso, no Chile.
O aperto no mercado de contêineres e portos sobrecarregados nos EUA, Europa e Ásia fazem com que companhias de navegação cancelem paradas nos portos da costa atlântica da América do Sul.
Nem mesmo o Brasil, maior exportador mundial de carne vermelha, está imune: a carne bovina está se acumulando nos portos porque não há disponibilidade suficiente de contêineres refrigerados. Embora seus números sejam menores do que os do Brasil, Paraguai e Uruguai se aproximam regularmente do topo do ranking mundial de exportação de carne bovina.
Nos últimos meses, frigoríficos paraguaios começaram a transportar pequenos volumes de carne refrigerada até os portos de Santos e Paranaguá, a um custo imenso, disse Pauls.
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Paraguai
O Paraguai é menos dependente do transporte marítimo do que o Uruguai porque leva cerca de 45% de suas exportações de carne bovina em caminhões até consumidores no Brasil, Chile e Uruguai.
No entanto, os custos de envio para alguns mercados no exterior subiram até 30% porque, com a queda do nível da água nos rios Paraguai e Paraná em meio à seca, as barcas que usam essas hidrovias para ligar o Paraguai a portos em Buenos Aires e Montevidéu estão operando com 40% da capacidade, explicou Pauls.
“As rotas têm cronogramas definidos que não estão sendo respeitados”, disse ele. “A viagem de Assunção à Europa costumava levar de 40 a 42 dias, agora são 60 dias.”
Fonte: InfoMoney