Vacinação é essencial para controle de doença suína que mais gera perdas econômicas
A circovirose suína é uma das doenças endêmicas que mais geram perdas econômicas para a suinocultura, uma vez que pode reduzir o crescimento dos animais e aumentar o índice de mortalidade, além de provocar infecções secundárias associadas ao vírus. O agente causador da doença é o circovírus suíno tipo 2 (PCV2), que ataca o sistema imunológico. Para o seu efetivo controle, a manutenção do protocolo vacinal é imprescindível, conforme alerta Amanda Daniel, médica-veterinária e coordenadora técnica da unidade de negócios de Suinocultura da MSD Saúde Animal.
As primeiras vacinas comerciais para prevenção e controle dessa doença foram desenvolvidas em meados dos anos 2000, promovendo uma redução expressiva na ocorrência da doença circovirose suína em todo o mundo, tanto que hoje é uma enfermidade controlada. Amanda explica que os primeiros imunizantes foram baseados no genótipo PCV2a, que era, até então, o mais frequente mundialmente. “Porém, houve um aumento da prevalência dos genótipos PCV2b e PCV2d. Inclusive, estudos mostram que esse último é o mais presente na suinocultura comercial atualmente, não mais o PCV2b. E esse fato tem gerado preocupações sobre a eficácia de vacinas baseadas no genótipo PCV2a”, detalha.
Entretanto, a médica-veterinária afirma que, apesar do PCV2 estar em constante mutação genética, os dados atuais indicam imunidade cruzada entre os principais genótipos, que representam um único sorotipo viral, com propriedades antigênicas comuns cobertas pelas vacinas comerciais, eficazes na redução dos efeitos negativos da infecção pelo PCV2, independentemente do genótipo circulante.
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“A detecção de diferentes genótipos de PCV2 em rebanhos vacinados é comum e pode ser explicada pelo método de ação das vacinas: elas não têm potencial esterilizante, ou seja, apesar de reduzir os sinais clínicos da circovirose suína, a vacinação não impede o processo infecioso pelo PCV2, portanto, o vírus continua a circular de maneira endêmica no rebanho, sendo passível de uma evolução genética natural. Mas isso não significa de forma alguma falta de eficácia dos imunizantes”, alerta a especialista.
Com o desenvolvimento de técnicas de biologia molecular, foram identificados ao longo dos anos diversos genótipos de PCV2. Até a presente data, já são oito registrados, sendo os mais prevalentes o PCV2a, PCV2b e PCV2d. A identificação desses genótipos tem despertado interesse sobre suas características e o impacto dessa diversidade genética na suinocultura. “Em 2006, por exemplo, o PCV2b era o mais predominante, agora já é outro. Mas essas mudanças não comprometeram a eficácia da vacina baseada no PCV2a. Os imunizantes comerciais continuam com sua força e devem ser utilizados”, reforça Amanda.
As empresas fabricantes de vacinas, inclusive, realizam monitoramentos constantes de farmacovigilância e estudos experimentais para avaliar a eficácia das soluções que estão no mercado, uma vez que é de interesse dessas indústrias que os imunizantes estejam sempre atualizados e atuem como ferramentas eficazes de controle e prevenção das enfermidades.
Evolução dos imunizantes
Os primeiros casos de circovirose suína ocorreram na década de 1990, com seu primeiro diagnóstico no Brasil em 1999. Anterior ao desenvolvimento de vacinas, eram observados quadros extremamente graves e com índices de mortalidade elevados. No entanto, após o início da vacinação, foi possível controlar de forma significativa os quadros clínicos relacionados à infecção pelo PCV2. “Os imunizantes provaram ser extremamente eficientes, promovendo uma redução expressiva na ocorrência de circovirose suína em todo o mundo”, destaca Amanda.
Ainda é possível encontrar casos de circovirose, porém, são mais brandos se comparados com os quadros observados antes do desenvolvimento das vacinas contra o PCV2. Quando investigados, é possível observar que, na maioria dos casos atuais, há comprometimento da resposta imunológica devido a falhas de manejo, no processo de vacinação, na conservação das vacinas e na imunização de animais doentes.
Quanto às soluções disponíveis, o investimento frequente em pesquisas permite vacinas cada vez mais efetivas e com tecnologias de ponta. Somente a MSD Saúde Animal tem diversas opções em seu portfólio, com soluções completas para o produtor. Entre os imunizantes estão Circumvent® PCV, Porcilis® PCV, Porcilis® PCV M HYO e Circumvent® PCV M – as duas últimas também atuam contra Mycoplasma hyopneumoniae. Ainda tem a Porcilis® PCV ID, que conta com a tecnologia da vacinação sem agulha, por meio do Sistema IDAL, que chegou ao mercado em 2016 e se tornou referência. O dispositivo permite a aplicação da vacina em baixa dosagem na pele e sob pressão controlada, garantindo segurança e menos estresse para os animais, bem como maior conveniência e eficiência aos produtores.
Além da utilização de protocolos de vacinação contra doença adequados e o uso de soluções comprovadamente seguras e eficazes, a médica-veterinária diz que, para o controle sanitário na suinocultura, é essencial o monitoramento constante dos rebanhos e a adoção das estratégias de controle para enfrentar os desafios impostos, como a evolução genética do PCV2. “É o conjunto de ações que irá garantir a saúde dos rebanhos, o bem-estar animal e maior rentabilidade da cadeia produtiva”, pontua Amanda.
Com Assessoria