Mesmo com dificuldades de colheita, preço da mandioca se mantém em alta
As cotações da raiz de mandioca continuam firmes, de acordo com dados do Cepea. Na média das regiões acompanhadas, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 712,15 (R$ 1,2385 por grama de amido) na semana passada, leve alta de 0,3% frente ao período anterior. De modo geral, o clima seco prevaleceu, limitando tanto a colheita quanto o plantio da nova safra. A exceção foi o Paraná, onde as recentes chuvas pontuais permitiram a retomada da colheita.
No Paraná investimento em pesquisa e tecnologia é uma das soluções para potencializar as indústrias de fécula. O assunto foi debatido no mês passado em uma reunião do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) e representantes do setor privado, em Nova Londrina, no Noroeste do Paraná.
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O Paraná é vice-líder na produção da raiz, atrás do estado do Pará, mas é o principal produtor de fécula de mandioca do Brasil, com cerca de um terço do volume nacional. O alto potencial de industrialização faz com que o produto paranaense seja valorizado em outros estados.
Com ações de parceria, o objetivo é ampliar o potencial de produção e comercialização, gerando mais emprego e renda. Mecanização da produção e investimento em genética são recursos importantes para o crescimento do setor.
A região de Paranavaí concentra o principal complexo industrial da mandioca. “O que falta para ampliarmos nossa presença no mundo é ampliar a capacidade de produção, e para isso é preciso reduzir os custos”, disse o proprietário da Lopes Alimentos, Paulo Montagner Lopes.
No ano passado, a indústria produziu 244,79 milhões de quilos da raiz e comercializou 38,55 milhões de quilos de fécula, além de produtos como tapioca e polvilho.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara falou sobre a importância de ações conjuntas. “Precisamos fazer essa aproximação. Investir em pesquisa junto ao setor privado, unidades didáticas e de referência, investir em genética, com foco em resultados, para fazer mais em menos tempo”, disse.
AVANÇOS
Parte das soluções está no aproveitamento da pesquisa e da extensão. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, reforçou que a estrutura das estações de pesquisa está aberta para receber os produtores.
PRODUÇÃO
Para a safra 2022/2023, o Deral estima uma produção de 3,29 milhões de toneladas de mandioca em uma área de 135,6 mil hectares. Essas expectativas superam a safra 2021/2021 tanto em volume (12%) quanto em área (7%). No ciclo passado, o Paraná havia colhido 2,95 milhões de toneladas em 126,4 mil hectares.
Em visita a Paranavaí, nesta semana, a equipe do Sistema Estadual de Agricultura esteve na sede da fecularia Pioneira, no distrito de Mandiocaba, para conhecer o processo de produção.