Foto: Envato/ Sou Agro

Cenário de baixa: preços da mandioca caem pela 10ª semana seguida

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Foto: Envato/ Sou Agro

A demanda por raiz de mandioca continua desaquecida, sobretudo por parte da indústria de fécula. Agentes dessas unidades consultados pelo Cepea indicam que o esmagamento está limitado devido aos elevados volumes em estoques.

No campo, a colheita avançou pouco, até mesmo por conta na menor disponibilidade de área. Quanto aos preços da matéria-prima, continuaram pressionados. Inclusive, a média do Cepea recuou pela 10ª semana consecutiva e fechou abaixo de R$ 575,00/t (R$ 1,00 por grama de amido), o que não era verificado desde outubro de 2021.

 

Paraná busca ações para impulsionar a produção de mandioca

Investimento em pesquisa e tecnologia é uma das soluções para potencializar as indústrias de fécula no Paraná. O assunto foi debatido nesta semana em uma reunião do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) e representantes do setor privado, em Nova Londrina, no Noroeste do Paraná.

Além de Nova Londrina, que tem uma das principais fábricas de derivados de mandioca, o encontro reuniu empresários das cidades de Loanda, Itaúna do Sul e Paranavaí (distrito de Graciosa).

O Paraná é vice-líder na produção da raiz, atrás do estado do Pará, mas é o principal produtor de fécula de mandioca do Brasil, com cerca de um terço do volume nacional. O alto potencial de industrialização faz com que o produto paranaense seja valorizado em outros estados.

Com ações de parceria, o objetivo é ampliar o potencial de produção e comercialização, gerando mais emprego e renda. Mecanização da produção e investimento em genética são recursos importantes para o crescimento do setor.

A região de Paranavaí concentra o principal complexo industrial da mandioca. “O que falta para ampliarmos nossa presença no mundo é ampliar a capacidade de produção, e para isso é preciso reduzir os custos”, disse o proprietário da Lopes Alimentos, Paulo Montagner Lopes.

No ano passado, a indústria produziu 244,79 milhões de quilos da raiz e comercializou 38,55 milhões de quilos de fécula, além de produtos como tapioca e polvilho.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara falou sobre a importância de ações conjuntas. “Precisamos fazer essa aproximação. Investir em pesquisa junto ao setor privado, unidades didáticas e de referência, investir em genética, com foco em resultados, para fazer mais em menos tempo”, disse.

AVANÇOS – Parte das soluções está no aproveitamento da pesquisa e da extensão. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, reforçou que a estrutura das estações de pesquisa está aberta para receber os produtores.

Dias de campo e palestras organizadas pelo Instituto são exemplos de ações que podem estimular a produtividade do setor.

Souza destacou ainda um termo de cooperação que o IDR-Paraná assinou com a Secretaria de Estado da Educação para desenvolver projetos em colégios agrícolas, o que ajuda a qualificar a mão de obra para a indústria.

PRODUÇÃO – Para a safra 2022/2023, o Deral estima uma produção de 3,29 milhões de toneladas de mandioca em uma área de 135,6 mil hectares. Essas expectativas superam a safra 2021/2021 tanto em volume (12%) quanto em área (7%). No ciclo passado, o Paraná havia colhido 2,95 milhões de toneladas em 126,4 mil hectares.

Em visita a Paranavaí, nesta semana, a equipe do Sistema Estadual de Agricultura esteve na sede da fecularia Pioneira, no distrito de Mandiocaba, para conhecer o processo de produção.

(Com Cepea e AEN)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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