Toledo deve se manter em 1º lugar no Valor Bruto de Produção do PR
Se tudo se confirmar, Toledo no Oeste do Paraná, vai ser mais uma vez o topo do ranking do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná.
Pelo menos é o que diz a análise preliminar publicada pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Segundo a estimativa, o VBP total do estado, somou R$ 191,2 bilhões.
Toledo, fica em primeiro da lista com valor de R$ 4.290.849.170,82. A cidade perdeu 5% do valor absoluto com relação ao levantamento de 2021, mesmo assim permanece ocupando o destaque.
O setor de suinocultura representa 40% do VBP do município e somente em 2022 movimentou R$ 1.300.457.031,54.
O milho safrinha também representou produção considerável no relatório e representou R$ 504.886.720,00 do valor total.
Mas o Oeste ainda ocupa outro lugar importante nesse ranking, preliminar, Cascavel permanece na terceira posição R$ 3.198.711.181,90. Na conhecida Capital do Oeste, o destaque no relatório do VBP foi para o frango de corte que representou R$ 560.312.069,75.
Em segundo lugar no ranking permanece a cidade de Castro, com R$ 4.152.524.326,92.
Os números totais do Paraná representam um crescimento de 6% em relação ao VBP de 2021 (R$ 180,6 bilhões), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), responsável pelo levantamento.
No entanto, se considerada a inflação do período e corrigindo os valores de 2021 a preços de 2022, o resultado foi 5% menor.
O VBP contempla aproximadamente 350 itens diversificados, incluindo grãos, proteínas animais, fruticultura, floricultura, silvicultura e uma ampla gama de produtos da agropecuária paranaense. Os dados são levantados pelos técnicos do Deral ao longo do ano com pesquisas de preços e das condições das lavouras nos municípios.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, reforçou que o VBP serve de referência para a repartição do ICMS com os municípios, além de mostrar a grandeza do que é produzido no campo. Ele explica que a agricultura paranaense enfrentou dificuldades no ano passado. Sob a permanência dos efeitos da La Niña, as condições climáticas impactaram a safra 2021/2022, prejudicada pelo frio e pela seca. “Tivemos uma quebra de mais de 13,5 milhões de toneladas, considerando o feijão, milho, soja e trigo. Se não fossem as perdas, teríamos alcançado cifras ainda maiores”, completa.
A expectativa inicial era que a produção de feijão (1ª e 2ª safras), milho (1ª e 2ª safras), soja e trigo poderia superar 46 milhões de toneladas. No entanto, dadas as adversidades, a colheita dessas culturas somou 33 milhões de toneladas.
RESULTADOS – Segundo a economista do Deral Larissa Nahirny, apesar das perdas nos grãos, a produção pecuária, que se manteve em patamares elevados, e a valorização dos preços foram fatores relevantes para que o resultado final do VBP fosse satisfatório. “No Paraná, os preços recebidos pelos produtores dos itens pesquisados no VBP aumentaram, em média, 21% em 2022. Das 55 culturas mais expressivas, 39 tiveram variação positiva no período”, diz.
DESTAQUES – Mesmo com a quebra, a soja continuou com o maior valor entre os produtos, alcançando R$ 35,78 bilhões, seguida do frango de corte, com R$ 34,6 bilhões, do milho, com R$ 20,2 bilhões, e do leite, que rendeu aos produtores R$ 11,4 bilhões.
PECUÁRIA – O relatório confirma a liderança da produção pecuária na formação do VBP. O setor representa 51% do valor gerado nas propriedades rurais do Paraná em 2022, com R$ 96,7 bilhões. “Isso significa que estamos agregando mais valor à soja e ao milho, que são a base da alimentação animal”, analisa o secretário Norberto Ortigara. Embora a cifra tenha sido bastante elevada, o valor não cresceu em termos reais.
O setor da avicultura como um todo, incluindo produção de frango de corte, para recria, ovos férteis e ovos para consumo, é o primeiro produto na geração de valor nas propriedades rurais no ano passado, com R$ 45 bilhões.
GRÃOS – O segundo grupo mais representativo no valor total (40%) corresponde aos grãos, com R$ 76,06 bilhões. A soja, que rendeu R$ 35,78 bilhões, é o produto com maior representatividade. Esse rendimento do grão é 37% menor do que em 2021, o que se explica pela quebra na safra, bastante prejudicada pelos fatores climáticos.
PRODUTOS FLORESTAIS – A produção florestal ampliou sua participação no valor total, de 3% em 2021 para 5% em 2022. O setor somou rendimentos de R$ 9,44 bilhões no Paraná em 2022, um crescimento real de 37% com relação ao ano anterior (R$ 6,2 bilhões). “O destaque absoluto foi a receita oriunda das toras para papel e celulose, a qual dobrou de valor e totalizou R$ 1,8 bilhão”, completa a economista do Deral.
HORTALIÇAS e FRUTAS – Na produção de hortaliças, que rendeu R$ 6,3 bilhões, um crescimento real de 22% comparativamente a 2021 (R$ 4,65 bilhões) os principais produtos foram a batata inglesa (R$ 1,58 bilhão) e o tomate (R$ 1,04 bilhão).
O setor de frutas atingiu aproximadamente R$ 2,5 bilhões em VBP, valor 7% superior ao registrado em 2021 (R$ 2,10 bilhões). Os destaques foram a laranja (R$ 619,6 milhões), o morango (R$ 389 milhões) e as uvas (R$ 291,2 milhões).
MUNICÍPIOS – A partir da publicação das informações preliminares no Diário Oficial, os técnicos e gestores municipais analisam os números e, caso desejem, podem entrar com recurso fundamentado para questionar dados do desempenho agropecuário. “O prazo é de 30 dias a contar da publicidade oficial. Depois desse período, o Deral divulga o resultado final do VBP de 2022”, explica o chefe do Departamento, Marcelo Garrido.
(Com AEN)