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Quem produz nosso Feijão de todo dia?

Emanuely
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#sou agro| Ao longo do tempo, nós nos habituamos a ouvir, a pensar e a dizer que o Feijão no Brasil tem sua maior parte produzida pela agricultura familiar. Em sua palestra no Dry Beans and Special Crops International SUMMIT 2023, que aconteceu em Foz do Iguaçu no mês de abril, o pesquisador da Embrapa, Alcido Wander, apresentou um estudo sobre a origem da produção brasileira, abordando alguns pontos essenciais para a avaliação do cenário atual e para os próximos anos.

Na safra 2021/22 foram produzidas 2.997 mil toneladas de Feijão no país (Fonte: Conab). Desse montante, alguns estados se dividem na produção principal como Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia, sendo o primeiro o maior deles, responsável por 25% da oferta total.

De acordo com dados do último Censo Agro, realizado pelo IBGE, o plantio de Feijão no país se divide entre a agricultura familiar e a não familiar, ou o chamado agronegócio, sendo essa última responsável pelo maior volume ofertado. O estudo aponta que, enquanto a agricultura em grandes extensões de terra e com grandes produtores produz 2.340.000 mil toneladas, a agricultura familiar produz apenas 659.000 toneladas no mesmo período, representando 22% da produção, com perspectiva de diminuição. O pequeno produtor tem cada vez mais alternativas de ganho, mesmo em pequenas propriedades.

Outro dado do censo importante a ser observado é o percentual de consumo próprio e o que é colocado à venda.  No caso da agricultura familiar, a porcentagem é bem parecida, sendo 55% disponibilizado ao comércio e 45% ao consumo próprio. Já entre os produtores não familiares, a oferta de venda aumenta para 89%.

Sementes

O uso de sementes de qualidade, certificadas de origem foi apontado pelo pesquisador como um dos fatores determinantes para a produtividade e sustentabilidade do setor. O percentual de uso dessas sementes ainda é baixo, variando entre 16 e 48%, dependendo da variedade plantada e do estado produtor.

“A baixa taxa de uso de sementes é um problema crônico na cadeia produtiva. Inibe investimentos públicos e privados no desenvolvimento de novas tecnologias e impede o acesso dos produtores a essas tecnologias. Além disso, encarece a produção nacional, já que os custos médios de produção por saca produzida são maiores, devido a maior exigência de tratamentos fitossanitários e a produtividade mais baixa”, destacou Wander.

Em suas considerações finais, o pesquisador ressalta que parte dos Feijões produzidos são para autoconsumo das famílias e não chegam ao mercado. “Se não fizermos nada diferente do que fizemos até hoje, pouca coisa mudará nos próximos 10 anos”.
Como solução, ele aponta a profissionalização do setor produtivo, orientado pela demanda (mercado interno e externo) e a adoção de boas práticas de produção para induzir o desenvolvimento e a consolidação deste importante setor produtivo do agro brasileiro.

Fórum do Feijão 2023 

Abordando essas e outras questões importantes para o setor, com conteúdo de altíssimo nível, o 9º Fórum do Feijão acontecerá em Brasília, nos dias 15 e 16 de junho.

O evento, realizado pelo Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (IBRAFE), já se tornou referência para toda a cadeia produtiva do Feijão no Brasil. Produtores, pesquisadores, empacotadores, varejistas e outros elos dessa corrente já são presenças confirmadas.

(Com IBRAFE)

(Emanuely/Sou Agro)

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