Utilização de bioinsumos cresce 28% no Brasil 

Amanda Guedes
Amanda Guedes
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Utilizar produtos biológicos para combater pragas e doenças que ameaçam as plantações é uma tendência na produção agrícola. O consumo de bioinsumos pelos produtores cresce em todo o mundo e o Brasil não ficou para trás. Enquanto o incremento mundial está na ordem de 15% ao ano, no Brasil as taxas são quase o dobro: 28%, movimentando mais de R$ 1 bilhão, segundo estimativa de pesquisa de mercado realizada pela empresa Spark Smarter Decisions.

É neste cenário que, em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou 95 defensivos de baixo risco, entre produtos biológicos, microbianos, semioquímicos, bioquímicos, extratos vegetais, reguladores de crescimento. Em relação ao ano anterior, o aumento é de 121% no número de registros.

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“O Brasil ainda não é protagonista no uso de bioinsumos no mundo, mas, com esse ritmo de crescimento em comparação ao mundo, a tendência é que alcancemos as primeiras posições num futuro próximo”, afirma o presidente do Conselho Estratégico do Programa Bioinsumos, Alessandro Cruvinel Fidelis. Segundo ele, se a expectativa de crescimento se confirmar, até a safra de 2022, metade da área planta de soja no país terá recebido, ao menos, uma aplicação de bioinsumos.

Para atender à crescente demanda por profissionais capacitados em boas práticas de produção de bioinsumos no país, o Mapa lançou, na última quinta-feira (8), o primeiro curso sobre produção e controle de qualidade de bioinsumos.

Criado há pouco mais de um ano, o Programa Bioinsumos, no entanto, caracteriza essa tecnologia para muito além dos produtos aplicados na lavoura. O termo bioinsumos define ainda os processos e tecnologias – de origem vegetal, animal ou microbiana -, destinados ao uso nos diversos sistemas de produção agrícolas, pecuários, aquícolas e florestais. Além de estar presente também no armazenamento e beneficiamento dos alimentos.

Um exemplo é a utilização de cera de carnaúba em uma nanoemulsão para frutas e legumes, criando uma barreira contra perda de umidade, troca de gases e ação microbiana. O resultado é o aumento de cerca de 15 dias no tempo de prateleira dos produtos, evitando perdas e desperdícios de alimentos. A tecnologia foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Já na agropecuária, os bioinsumos podem ser encontrados em produtos veterinários como vacinas, medicamentos, antissépticos, fitoterápicos dentre outros destinados à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais.

 Política de estado e incentivo

O interesse e o número de ferramentas para implementar as boas práticas estão em constante aceleração. Isso demonstra credibilidade no Programa Nacional de Bioinsumos como estratégia do governo em institucionalizar a tecnologia e estimular o uso de bioinsumos.

Tanto que o Plano Safra 2021/2022 fortaleceu linhas de crédito para Inovagro, abrangendo o financiamento para a construção de biofábricas. Assim, os produtores poderão financiar recursos para a aquisição e construção de instalações para a implantação ou ampliação de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes na propriedade rural, para uso próprio.

O projeto nacional de bioinsumos do Mapa também já se desdobrou em incentivo à criação de programas estaduais. O primeiro deles, foi aprovado em Goiás, onde está localizada a fazenda do Adriano. Os estados de Mato Grosso e o Distrito Federal também começaram a desenvolver seus programas.

Os dados e a replicação de iniciativas para a utilização de bioinsumos na produção nacional devem ser comemorados e traduzem um movimento de revolução na forma de se produzir os alimentos, enfatiza a ministra Tereza Cristina.  “Investir nos bioinsumos e pensar estrategicamente na agricultura de base biológica é a resposta que o nosso país dá ao mundo para continuar confirmando que nosso agro é sustentável e inovador”, pontua.

FONTE: GOVERNO FEDERAL

(Amanda Guedes/Sou Agro)

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