Seca: produtores mostram situação crítica das lavouras de soja no Oeste do Paraná
A chuva veio de forma bem tímida na maioria das regiões do Paraná e bem isolada e por conta disso a seca já castiga as lavouras do Oeste do estado. Na semana passada, a partir do boletim do Deral (Departamento de Economia Rural), nós dissemos que as safras do Estado estavam em boas condições, mas precisavam de chuva.
E até tinha previsão, como a gente também adiantou por aqui. Só que como isso não ocorreu em quantidade suficiente, muito menos uniforme, a situação já se complica.
Recebemos um vídeo de um produtor de Marechal Cândido Rondon, que mostrou a situação da soja plantada no dia 10 de setembro deste ano. “E essa é situação da soja: chuva que falhou e não deveria ter falhado, pé morrendo para tentar encher o grão. A ponteira da planta já se foi faz tempo”, lamenta.
E a previsão não é das melhores. O culpado disso tudo: La Ñina. Aquele fenômeno que os produtores rurais já conhecem, que tá dando dor de cabeça faz tempo e vai ficar por aí pelo menos até fevereiro do ano que vem.
“São três anos consecutivos de La Ñina. O fenômeno começou e não terminou. Por conta disso, a chuva não tem uniformidade e os períodos secos são muito grandes”, explica o meteorologista Reginaldo Ferreira.
Prejuízo
Por conta do tempo, esse é o segundo ano que o produtor deve ter prejuízo com a safra. Em maio deste ano, nós divulgamos que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a seca sazonal, característica deste período na região central do Brasil, provocou impactos menos intensos no desenvolvimento da lavoura de milho 2ª safra, em comparação com as safras passadas. As análises do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), mostraram que nas primeiras semanas de maio, a seca se intensificou e a umidade do solo, que já se encontrava baixa em algumas regiões, causou uma maior restrição às lavouras de milho que foram semeadas fora da janela ideal e que se encontram, no momento, em floração e enchimento de grãos.
Logo depois, publicamos também e é bom lembrar que o prejuízo também refletiu na economia no geral. Afinal, é o agronegócio que move o mundo.
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Toda a situação que acompanhamos de perto com as perdas de safra causada pela seca no Sul do Brasil teve reflexos diretamente na economia. A avaliação foi do Banco Central (BC), publicação trimestral que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país.
Segundo o relatório, a Região Sul sofreu uma retração na atividade econômica no primeiro trimestre do ano, impactada pela forte estiagem e calor intenso, que comprometeram o desenvolvimento e a produtividade das lavouras.
Em 2021, a safra também teve problema por conta das mudanças do tempo. No fim de 2021, o prejuízo foi grande, e não só no agro. O governo do Paraná chegou a decretar situação de emergência no estado por conta da falta de chuva.]
Claro que o agro teve uma perda imensa e na época (dezembro de 2021) estes dados foram divulgados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento:
Soja: perdas de 7.957.000 t ou 37,8% da safra esperada- $14,35 bi
Milho: perdas de 1.784.000 ou 42,1% da safra esperada- $1,59 bi
Feijão: perdas de 49.654 t ou 18%- $193,7 milhões
Silagem: perdas de 2.380.000 t e $ 190, 46 milhões
Leite: redução de pelo menos 197,6 milhões de litros ou $407 milhões
Além disso, há perdas também na produção de batata, tabaco, laranja, pastagens e hortaliças.
Com dados da Secretaria de Agricultura do Paraná