souagro | A pecuária de leite não vem bem dos cascos e não é de hoje. O cenário ficou ainda mais complicado a partir da pandemia da Covid-19 e aliado a isso, os danos causados pelas intempéries climáticas, levando muitos pecuaristas de leite a produzir carne em vez de leite. O produtor de leite Paulo Orso, presidente do Sindicato Rural, enxerga reflexos não muito animadores para o consumidor. Para os próximos 90 ou 120 dias, o preço do leite nas gôndolas do supermercado vai subir.

“Essa é uma cadeia de produção do agro que preocupa bastante no momento. Todos os setores, de certa forma, foram atingidos pela pandemia, uns mais, outros em menor escala, mas a bovinocultura de leite sentiu e continua a sentir os reflexos. O custo de produção do leite subiu e o consumo caiu”, avalia Orso.

A oferta menor é atribuída principalmente a fatores climáticos. Primeira a seca e depois o frio. “A qualidade do milho reduziu drasticamente para transformação em silagem, encarecendo o custo de produção. A alternativa para subir essa carência nutricional foi investir em suplementos, elevando o valor dos insumos”.

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A pastagem não se desenvolveu como o esperado por conta da falta de umidade, no momento do plantio de culturas de inverno, como a aveia e o azevém, por exemplo. O resultado de tudo isso é baixa oferta e consumo retraído. Houve ainda a queda substancial da matéria prima paga pelas indústrias, penalizando e desestimulando o produtor de leite. “Muitos venderam seus animais para os frigoríficos, aproveitando a valorização do preço da carne bovina e com a finalidade de reduzir os prejuízos já consideráveis na propriedade”. Para os produtores de leite, resta buscar alternativas para fazer frente ao desequilíbrio financeiro e manter-se na atividade, como a gestão e a redução dos custos de produção.

(Vandré Dubiela/Sirlei Benetti)

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