Saiba mais sobre o cenário climático para a agricultura até o fim do ano
#souagro | Meteorologista com mais de três décadas de experiência de estudos em relação ao clima e as temperaturas, Luiz Renato Lazinski proferiu a palestra de abertura do Fórum Técnico da Cultura da Soja, nesta quinta-feira, no salão social da AREAC (Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel). A abertura presencial teve a participação do presidente da AREAC, Engenheiro Agrônomo Cesar Veronese e de Harlom Luna Pereira, representando a Mútua-PR.
Com longa atuação no Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Lazinski fez ponderações importantes relacionadas as previsões climáticas para o ano agrícola brasileiro. “O clima é um fator extremamente relevante para a agricultura. Mesmo com toda a modernidade existente, com agricultura de precisão, agricultura 4.0 e outros avanços tecnológicos, ainda não conseguimos controlar o clima. As condições climáticas é fator de sucesso ou não em relação às lavouras”.
Segundo ele, o agricultor procura fazer tudo certo, como manda a atividade, seguindo as orientações técnicas, adotando as tecnologias para bons rendimentos no campo, mas se o céu não ajuda, de nada disso adianta. “Um exemplo claro desse cenário pode ser observado justamente neste ano. Tivemos uma safra de verão relativamente boa, mesmo com atraso no início do plantio e com reflexos na safrinha de milho, tendo como causa o clima”.
Conforme Lazinski, na mais recente safra, o produtor se deparou com uma situação específica influenciada pelo fenômeno conhecido como La Niña. “Na verdade, estamos passando por um período de estiagem, muito por conta do clima neutro e da La Niña, provocando chuvas irregulares e mal distribuídas, além de veranicos mais prolongados ao longo da safra”.
Ele cita o ano passado, quando o veranico não permitiu o início do plantio da safra de verão na época adequada, gerando o efeito dominó em relação às outras culturas, no que tange aos atrasos. “Estamos saindo de uma La Niña e passando por um período neutro, que se prolongará até o fim do ano. Ou seja, com relação às precipitações pluviométricas não mudará muito.
As massas de ar vão continuar bastante frias. A previsão é de ondas de frio forte que poderão atrapalhar a safrinha. Sobre as geadas, o frio tardio não comprometerá muito as lavouras do oeste, mas regiões mais altas, como em Guarapuava e Palmas, que costumeiramente plantam o trigo mais tarde, podem estar suscetíveis a geadas, até meados de setembro.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)
Fotos: Assessoria AREAC