Acesso a seguro agrícola pode ser facilitado a pequenos e médios produtores
#souagro| O seguro agrícola dá segurança ao produtor rural, mas nem sempre o serviço é contratado, o que muitas vezes resulta em prejuízos nas propriedades. Para se ter uma ideia, segundo o Ministério da Agricultura, dos mais de 5 milhões de produtores brasileiros, apenas 160 milhões estão protegidos por seguros agrícolas.
E é justamente para tentar mudar esse cenário que empresas trabalham em opções que possam facilitar o acesso de pequenos e médios produtores aos seguros. Exemplo disso é a PIN Seguradora (que tinha o nome de InnTech), que ficou entre as 21 selecionadas na segunda edição do SANDBOX Regulatório da SUSEP, um programa que permite a criação de seguradoras experimentais com base tecnológica.
Foram nove meses de processo seletivo, até a empresa receber a Carta Homologatória que autoriza a constituição da Seguradora e permite começar a operar nos próximos meses: “Construímos uma base de dados com mais de 500 mil hectares segurados e dois mil produtores, testamos e validamos nosso modelo em diversos experimentos realizados nos últimos anos, agora estamos prontos para começar a operar. Não somos apenas uma empresa de tecnologia, pois nosso conhecimento e networking no agronegócio nos permite a escala comercial necessária para impulsionar nosso negócio. Iremos avançar a passos largos, mas com firmeza, mirando na lua, com os pés no chão”, detalha Juarez Gonçalves Dias, fundador da PIN Seguradora, que informou que a empresa está iniciando sua trajetória apenas com aporte dos sócios, mas que espera permitir a entrada de investidores estratégicos para impulsionar seu crescimento ao longo do próximo ano.
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Segundo Juarez a dificuldade atual do acesso aos seguros, ocorre pela dificuldade das seguradoras tradicionais em ofertarem produtos adequados às diferentes realidades dos produtores, uma vez que se baseiam em poucos dados para precificarem o risco das áreas seguradas: “Na maioria das vezes, as seguradoras tradicionais consideram somente os dados do IBGE, mas inúmeros fatores interferem no risco previsto para determinado talhão, tais como o histórico de produtividade, a tecnologia empregada, fatores climáticos, entre outros”, afirma Dias. “A falta de informações gera seleção adversa, e essa ineficiência causa um desequilíbrio no setor, uma vez que o seguro pode se tornar barato e atrativo para produtores que possuem alto risco, mas caro e impeditivo para produtores de áreas que possuem baixo risco. O resultado é que poucos produtores conseguem acessar o seguro, e os que conseguem acabam tendo uma alta taxa de sinistralidade, tornando o seguro cada vez mais caro”, complementa.
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Juarez sabe do que está falando. Ele atua há mais de 30 anos no mercado agrícola e, nos últimos 16 deles, liderou uma das principais corretoras de seguro do setor, tendo sido responsável por mais de R$ 2 bilhões de contratos em importância segurada. Justamente por isso, encontrou uma oportunidade para lançar sua própria seguradora de base tecnológica: “Criamos uma rede neural capaz de calcular com maior acurácia a produtividade esperada para cada talhão, usando como base diferentes fontes de dados, inclusive imagens de satélite”, explica Douglas Moreira, sócio da PIN Seguradora.
Sérgio Soares é outro sócio da empresa e falou sobre a importância desse passo: “Somos capazes de monitorar a área antes, durante o ciclo e após a colheita, o que nos permite alimentar nosso modelo constantemente, aumentando a acurácia das informações geradas e tornando nosso algoritmo cada vez mais eficaz”, complementa. Vanessa Porcino, complementa o time de criadores da empresa.
(Débora Damasceno/Sou Agro com Assessoria PIN Seguradora)