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Resíduos sólidos: município do oeste vai a Santa Catarina

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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O secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Sustentável de Marechal Cândido Rondon, Adriano Backes, acompanhado do analista técnico Adriano Freitag e do engenheiro ambiental Marcos Chaves, conheceu experiências de sucesso no tratamento de resíduos sólidos no estado de Santa Catarina. A visita faz parte dos esforços da administração municipal em melhorar continuamente a gestão dos resíduos sólidos.

Ao lado da equipe técnica do Parque Tecnológico Itaipu, gestores de Bacia da Itaipu Binacional e de autoridades dos municípios de Entre Rios do Oeste e Vera Cruz do Oeste, os rondonenses se reuniram com o diretor-executivo do Consórcio Intermunicipal do Vale do Itajaí (CIMVI), Fernando Tomaselli. O grupo pôde entender todo o processo de formação do consórcio, uma referência nacional em gestão, dando embasamento para replicar modelo semelhante na região de Marechal Rondon.

Durante a tarde, o grupo realizou um tour no Parque Girassol, que contempla o Aterro Sanitário, a Unidade de Valorização de Recicláveis, a Estação de Tratamento de Efluentes, a Trilha Ecológica e a futura área da Central de Separação e Desidratação de Resíduos visando a geração de energia e compostagem. Tomaselli explicou que se trata de um projeto pioneiro no país, não só pela inovação técnica da operação, mas também pelo modelo de Concessão Público-Privada, ofertando valor pelo resíduo comum que é destinado ao aterro.

Buscando conhecer na prática o funcionamento de uma usina de processamento de resíduos, a equipe rondonense se deslocou até São Bento do Sul, onde o modelo tecnológico já opera desde fevereiro de 2022. Atualmente todo o resíduo convencional coletado na cidade, com cerca de 80 mil habitantes, é processado na usina que é capaz de reduzir em 95% o volume de lixo destinado ao aterro sanitário.

 

 

O processo de transformação do lixo inicia pela recepção do material em uma moega que segue para uma esteira de separação. O objetivo é retirar os materiais que porventura chegam misturados ao lixo convencional e que ainda tenham potencial de reciclagem, tais como garrafas PET, vidros, metais, etc.

Após essa triagem, o material resultante é triturado e misturado à água de reuso onde um sistema de peneiras encaminha à fração orgânica para o biodigestor, o qual transformará o material em gás para geração de energia, efluente líquido com potencial biofertilizante e material sólido para compostagem.

A fração inorgânica segue para um processo de desidratação, secagem, peneiramento e o material resultante, chamado de flake, é enviado para um equipamento que transforma essa massa sintética gerada no processo em peças pré-moldadas de paver, meio-fio, tampas de bueiro, tijolos, tubos, entre outros subprodutos.

Devido a estar recém-implantado, o processo ainda está passando por ajustes, mas segundo o chefe do Departamento de Resíduos do SAMAE de São Bento do Sul, Paulo Schwirkowski, depois de totalmente pronto deve fornecer materiais de alta qualidade para as obras públicas do município à baixíssimo custo. “O que era lixo, um problema, vira um ativo importante para a municipalidade”, frisou Paulo.

 

Pátio de Compostagem

A última parte das visitas ocorreu no município de Campos Novos, o qual implantou em 2020 um pátio de compostagem. O grupo foi recebido pelo responsável pelo projeto, Luciano Andonini.

O gestor explicou o projeto foi implantado onde antigamente funcionava um lixão clandestino. Todo tipo de lixo era descartado no local, sem tratamento, sem consciência, causando mau-cheiro, criação de bichos e até mesmo propagação de doenças e que para resolver o problema surgiu a ideia de tornar o local uma central de compostagem.

O local possui área total de 504 metros quadrados e conta com uma estrutura que contempla um barracão, composteiras, área para lavação, almoxarifado, escritório, copa e banheiros. Hoje o Centro recebe os resíduos e rejeitos de restaurantes, bares, lanchonetes, hotéis, padarias, escolas e de moradores inscritos no projeto. Cerca de 10% do lixo gerado em Campos Novos (40 toneladas por mês) deixa de ir para o aterro sanitário e vira adubo que é utilizado pela prefeitura e moradores do bairro.

(Prefeitura de Marechal Cândido Rondon)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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