A importância do planejamento estratégico nas cooperativas

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| O planejamento estratégico é fundamental nos negócios e faz toda diferença nos dias atuais. Pensando nisso, as cooperativas estão avançando cada vez mais nesse quesito para crescer e prosperar cada vez mais. Prova disso é que neste mês Cristiano Venâncio, que é conselheiro e estrategista de negócios esteve no Oeste do Paraná palestrando sobre o assunto na Cooperativa Primato.

Cristiano nominou o encontro como uma troca de experiências sobre “Visão Sistêmica e de Negócios”. Em conversa com o Portal Sou Agro, o conselheiro explicou em detalhes a importância da visão voltada para o planejamento estratégico e falou sobre os pilares do conceito, ESG que é da sigla em inglês “environmental, social and governance” que significa basicamente: ambiental, social e governança.

 

LEIA A ENTREVISTA: 

O que as cooperativas podem aprender em termos de planejamento estratégico? 

“Na minha concepção, as cooperativas aprendem com as empresas e as empresas aprendem com as cooperativas. A gente vê muita cooperativa hoje que está altamente preparada pra falar de estratégia. O que eu tenho tenho pra trazer em relação a essa questão?  Um bom planejamento estratégico é aquele que consegue estabelecer de forma consistente e de forma simples os principais objetivos de médio e longo prazo da organização. Quando a gente olha para os objetivos de médio e longo prazo a gente traz uma visão de futuro, uma visão de grande sonho aonde a gente quer chegar. E uma vez planejado não basta só definir aonde que a gente quer chegar, precisa ser desdobrado em planos de ação esses planos de forma consistente, que nos possibilite alcançar os objetivos. É importante ter metas claras, objetivos claros pra serem alcançados e bons planos de ação, porque plano de ação é pra alcançar meta. E se a meta estiver alinhada com esse plano, com certeza durante a execução, o resultado vem. Então, eu vejo que esse é o principal aprendizado, entender que o resultado é importante pra qualquer modelo de negócio. A saúde financeira de um negócio é o que vai fazer com que ele possa consistir, crescer, se desenvolver e se colocar no futuro. Afinal, quando a gente fala de planejar a estratégia, a gente fala de desenvolver hoje as empresas do futuro”, explica Cristiano.

cooperativas
Visita de Cristiano Venâncio ao Oeste do Paraná

 

No que consiste a visão sistêmica de negócios e como ela pode ser aplicada nas cooperativas?

“O grande desafio quando a gente fala de visão sistêmica é entender que a organização ela faz parte de um sistema que funciona por sistemas e subsistemas que por sua vez tem as suas interconexões que criam todo um relacionamento dentro da organização. A importância dessa percepção de visão sistêmica é quebrar essas unidades onde entre aspas, as empresas gostam de trabalhar em silos e fazer com que as pessoas estejam conectadas por algo maior. E a visão sistêmica dentro da estratégia empresarial faz com que a gente desenvolva uma visão holística, amplie a nossa percepção em relação aos desafios da organização e coloque todas as pessoas na mesma direção, entendendo que cada agente é parte de um subsistema com interconexões que criam sistemas maiores”, detalha Cristiano.

 

cooperativas
Cristiano Venâncio, conselheiro e estrategista de negócios

 

Como a implementação dessa visão sistêmica vai influenciar a rotina da cooperativa?

“O principal ganho é a mudança da mentalidade das pessoas da organização. Porque as pessoas quando elas começam a ser estimuladas a desenvolver a sua visão sistêmica, elas passam a olhar para o resultado da organização, para o impacto do todo, para o senso coletivo e não somente para o resultado da sua área ou da unidade gerencial que está alocada. O Principal ganho é abrir essa mentalidade para mentalidade de crescimento entre todos e ampliar a percepção para o negócio”, explica Cristiano.

Em que medida a governança corporativa deve ser uma preocupação das cooperativas?

“No Brasil as cooperativas já vem de uma maneira muito interessante cada vez mais adotando práticas de governanças cooperativas. A governança cooperativa, ela tem e respeita as particularidades do modelo cooperativista. Modelo cooperativista ele é regido pelos princípios e esses princípios é o que desenvolve todas essas práticas da governança cooperativa. E a gente já vê  no ramo do crédito o Banco Central regulando cada vez mais a importância das práticas de governança, no próprio agro, as práticas sendo implementadas, conselhos sendo instituídos e toda essa dinâmica entre agentes de governança acontecendo. Eu digo que o cooperativismo brasileiro, em especial o cooperativismo paranaense, ele está bem avançado em relação as práticas de governança. O grande desafio é transformar as práticas de governança alinhadas com a sua estratégia do negócio e fazer com que isso seja desdobrado pra toda organização e que as pessoas enquanto agentes de transformação estejam envolvidas fazendo parte de um sistema maior em prol das melhores práticas de governança”, diz Cristiano.

 

Os outros dois pilares do ESG (ambiental e social) como devem ser abordados pelas cooperativas?

“A| governança na sua essência ela traz essa essa discussão de objetivos, de processos, de estratégias de entendimento claro sobre o funcionamento e todas as práticas de princípios e valores envolvidos dentro da organização. Quando a gente traz essa essa esse pilar da governança pra dentro do ESG a gente entende o ambiental e o social. O ambiental em relação as práticas responsáveis em relação ao meio ambiente e aí a gente está dizendo no sentido muito maior do meio ambiente. Quando a gente traz energias renováveis, as práticas de antiaquecimento global, emissão de carbono, dentre outras questões que estão envolvidas na discussão de ser ambientalmente correta e sem dúvida socialmente responsável. A responsabilidade da organização ela está ligada diretamente ao ecossistema onde ela tá inserida e ela necessariamente precisa ser socialmente responsável. Então entenda a estratégia, entenda o negócio, entenda o seu impacto e traga essas práticas dentro de uma percepção, ambientalmente correta e socialmente responsável”, finaliza Cristiano.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro) 

 

 

 

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Notícias Relacionadas