A importância do planejamento estratégico nas cooperativas
#souagro| O planejamento estratégico é fundamental nos negócios e faz toda diferença nos dias atuais. Pensando nisso, as cooperativas estão avançando cada vez mais nesse quesito para crescer e prosperar cada vez mais. Prova disso é que neste mês Cristiano Venâncio, que é conselheiro e estrategista de negócios esteve no Oeste do Paraná palestrando sobre o assunto na Cooperativa Primato.
Cristiano nominou o encontro como uma troca de experiências sobre “Visão Sistêmica e de Negócios”. Em conversa com o Portal Sou Agro, o conselheiro explicou em detalhes a importância da visão voltada para o planejamento estratégico e falou sobre os pilares do conceito, ESG que é da sigla em inglês “environmental, social and governance” que significa basicamente: ambiental, social e governança.
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O que as cooperativas podem aprender em termos de planejamento estratégico?
“Na minha concepção, as cooperativas aprendem com as empresas e as empresas aprendem com as cooperativas. A gente vê muita cooperativa hoje que está altamente preparada pra falar de estratégia. O que eu tenho tenho pra trazer em relação a essa questão? Um bom planejamento estratégico é aquele que consegue estabelecer de forma consistente e de forma simples os principais objetivos de médio e longo prazo da organização. Quando a gente olha para os objetivos de médio e longo prazo a gente traz uma visão de futuro, uma visão de grande sonho aonde a gente quer chegar. E uma vez planejado não basta só definir aonde que a gente quer chegar, precisa ser desdobrado em planos de ação esses planos de forma consistente, que nos possibilite alcançar os objetivos. É importante ter metas claras, objetivos claros pra serem alcançados e bons planos de ação, porque plano de ação é pra alcançar meta. E se a meta estiver alinhada com esse plano, com certeza durante a execução, o resultado vem. Então, eu vejo que esse é o principal aprendizado, entender que o resultado é importante pra qualquer modelo de negócio. A saúde financeira de um negócio é o que vai fazer com que ele possa consistir, crescer, se desenvolver e se colocar no futuro. Afinal, quando a gente fala de planejar a estratégia, a gente fala de desenvolver hoje as empresas do futuro”, explica Cristiano.
No que consiste a visão sistêmica de negócios e como ela pode ser aplicada nas cooperativas?
“O grande desafio quando a gente fala de visão sistêmica é entender que a organização ela faz parte de um sistema que funciona por sistemas e subsistemas que por sua vez tem as suas interconexões que criam todo um relacionamento dentro da organização. A importância dessa percepção de visão sistêmica é quebrar essas unidades onde entre aspas, as empresas gostam de trabalhar em silos e fazer com que as pessoas estejam conectadas por algo maior. E a visão sistêmica dentro da estratégia empresarial faz com que a gente desenvolva uma visão holística, amplie a nossa percepção em relação aos desafios da organização e coloque todas as pessoas na mesma direção, entendendo que cada agente é parte de um subsistema com interconexões que criam sistemas maiores”, detalha Cristiano.
Como a implementação dessa visão sistêmica vai influenciar a rotina da cooperativa?
“O principal ganho é a mudança da mentalidade das pessoas da organização. Porque as pessoas quando elas começam a ser estimuladas a desenvolver a sua visão sistêmica, elas passam a olhar para o resultado da organização, para o impacto do todo, para o senso coletivo e não somente para o resultado da sua área ou da unidade gerencial que está alocada. O Principal ganho é abrir essa mentalidade para mentalidade de crescimento entre todos e ampliar a percepção para o negócio”, explica Cristiano.
Em que medida a governança corporativa deve ser uma preocupação das cooperativas?
“No Brasil as cooperativas já vem de uma maneira muito interessante cada vez mais adotando práticas de governanças cooperativas. A governança cooperativa, ela tem e respeita as particularidades do modelo cooperativista. Modelo cooperativista ele é regido pelos princípios e esses princípios é o que desenvolve todas essas práticas da governança cooperativa. E a gente já vê no ramo do crédito o Banco Central regulando cada vez mais a importância das práticas de governança, no próprio agro, as práticas sendo implementadas, conselhos sendo instituídos e toda essa dinâmica entre agentes de governança acontecendo. Eu digo que o cooperativismo brasileiro, em especial o cooperativismo paranaense, ele está bem avançado em relação as práticas de governança. O grande desafio é transformar as práticas de governança alinhadas com a sua estratégia do negócio e fazer com que isso seja desdobrado pra toda organização e que as pessoas enquanto agentes de transformação estejam envolvidas fazendo parte de um sistema maior em prol das melhores práticas de governança”, diz Cristiano.
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Os outros dois pilares do ESG (ambiental e social) como devem ser abordados pelas cooperativas?
“A| governança na sua essência ela traz essa essa discussão de objetivos, de processos, de estratégias de entendimento claro sobre o funcionamento e todas as práticas de princípios e valores envolvidos dentro da organização. Quando a gente traz essa essa esse pilar da governança pra dentro do ESG a gente entende o ambiental e o social. O ambiental em relação as práticas responsáveis em relação ao meio ambiente e aí a gente está dizendo no sentido muito maior do meio ambiente. Quando a gente traz energias renováveis, as práticas de antiaquecimento global, emissão de carbono, dentre outras questões que estão envolvidas na discussão de ser ambientalmente correta e sem dúvida socialmente responsável. A responsabilidade da organização ela está ligada diretamente ao ecossistema onde ela tá inserida e ela necessariamente precisa ser socialmente responsável. Então entenda a estratégia, entenda o negócio, entenda o seu impacto e traga essas práticas dentro de uma percepção, ambientalmente correta e socialmente responsável”, finaliza Cristiano.
(Débora Damasceno/ Sou Agro)