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Com 41,6 milhões de toneladas, importação de fertilizantes é recorde

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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As importações de fertilizantes pelos produtores brasileiros atingiram nível recorde no ano passado, chegando a 41,6 milhões de toneladas entre janeiro e dezembro de 2021. É o que mostra o Boletim Logístico deste mês, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Apesar do porto de Paranaguá, no estado paranaense, ainda ser a principal porta de entrada para o recebimento do produto, outras rotas têm conquistado um maior espaço. Santos, por exemplo, registrou um aumento na entrada de fertilizantes com um direcionamento ao Mato Grosso e estados do Sudeste e Centro-Oeste em torno de 53%, saindo de 6,6 milhões de toneladas para 10,1 milhões de toneladas.

 

“Em momentos de custos elevados destes insumos, o setor tende a procurar por rotas mais acessíveis e que causem menos impactos no preço final de venda dos fertilizantes aos produtores rurais”, destaca o superintendente de Logística Operacional, Thomé Guth.

 

Principal produtor de grãos do país, Mato Grosso foi o estado que mais importou em 2021, registrando um volume de 8,0 milhões de toneladas de adubos, sendo a sua maioria, por meio dos portos de Santos e Paranaguá, “o que demanda um alto custo de transporte, tendo em vista a distância acima de 2000 km”, pondera Guth.

Crescimento Arco Norte

De acordo com o boletim divulgado, o mesmo comportamento apontado em Santos ocorre nos portos do Arco Norte, que também tiveram um incremento na sua participação em volume, sobretudo visando atender a Região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Mato Grosso. Os volumes recebidos em Santarém (PA), Barcarena (PA), Itacoatiara (AM) e Itaqui (MA) equivalem a 29,1% do volume importado para atendimento do Mato Grosso, evidenciando que o produtor deste estado tem buscado alternativas visando diminuir o custo logístico deste produto de alto valor agregado.

 

De acordo com o superintendente da Companhia, com a maior participação dos portos do Arco Norte na exportação de milho e soja, principalmente, era esperado uma maior movimentação de fertilizantes, uma vez que é comum a utilização da modalidade de frete de retorno, visando diminuição do custo logístico. “Ou seja, movimenta-se em direção aos portos com os grãos e retorna para as regiões produtoras com os fertilizantes. Isso torna evidente a importância de se continuar com os investimentos na região do Arco Norte e nos sistemas de transportes para essas rotas, não somente visando a exportação dos grãos, mas, também, nas importações dos insumos, completando o atendimento logístico da cadeia produtiva como um todo, aumentando a competitividade nacional”, ressalta Guth.

Mercado de frete nos estados

O início da colheita da soja tem pressionado os preços de frete na maioria dos estados analisados pela Conab. De acordo com o boletim publicado, a alta das cotações dos serviços de transporte pode ser verificada em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás ainda no final do ano passado. Além disso, a elevação no preço do óleo diesel também exerce influência no valor praticado no mercado.

 

O Paraná também registrou uma alta nos preços praticados em dezembro, mas a elevação se justifica pela menor oferta de caminhões, parados devido às festas de final de ano. A previsão é que em janeiro os preços normalizem, porém, com a entrada da nova safra, a redução não deverá ser muito grande.

Já no Distrito Federal, o mercado continua operando com baixos volumes a serem transportados. A excessiva oferta de caminhões no período, aliada à baixa disponibilidade de produtos dado a entressafra forçaram as cotações para baixo na maioria das rotas pesquisadas em dezembro de 2021, comparando com o mês anterior. No entanto, o desempenho das lavouras de grãos na região segue positivo, com a expectativa de que sejam alcançados níveis recordes de produtividade.

Leia a análise completa no documento disponível no site da Companhia.

 

(FONTE: Conab)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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