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Falta de chuva e os reflexos nas lavouras

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Se tem uma coisa que os agricultores estão esperando ansiosos é pela chuva. Afinal temos falado por aqui que a estiagem já tem causado muitos danos nas lavouras, as altas temperaturas atreladas a falta de chuvas tem gerado muita preocupação com a qualidade da produção, mas além disso tudo, existe também o problema com a dificuldade no controle de pragas. A baixa umidade relativa do ar prejudica o trabalho de pulverização.

A engenheira agrônoma e extensionista do IDR-Paraná, Ricielly Eloyze Rosseto, diz que essa seca tem trazido muitos resultados negativos nas lavouras: “Estamos observando no campo, nas lavouras de soja, redução da estatura, florescimento precoce e nas lavouras mais adiantadas começo de abortamento das primeiras vagens formadas, além de morte de plantas, principalmente em áreas onde há baixo teor de cobertura e matéria orgânica no solo com indícios de compactação.”

 

O que mais preocupa?

Com os plantios praticamente finalizados, na região oeste do Paraná a falta de chuva trouxe a dificuldade em vários aspectos: “Como a maior parte das lavouras de soja da região oeste do Estado estão nas fases reprodutivas, ou seja, floração e desenvolvimento de vagens, essas fases são consideradas as mais críticas com relação ao suprimento de água. A cultura da soja consegue ser tolerante ao déficit hídrico na fase vegetativa, mas é muito sensível durante a floração e formação dos grãos. Para todo o ciclo a necessidade de água fica em torno de 450 a 800 mm, porém em torno de 120 a 300 mm são necessários somente para as fases reprodutivas da cultura, isso nos mostra que a soja necessita de chuvas bem distribuídas ao longo do seu ciclo para que a produtividade não seja afetada. Possivelmente teremos queda no rendimento de grãos”, detalha Ricielly.

Abastecimento e preços de frutas e hortaliças

Falando das frutas e hortaliças, a Ceasa de Cascavel afirma que ainda não há reflexos nos preços nem no abastecimento dos produtos, mas isso só é possível porque boa parte dos produtos não são produzidos na região: “Isso acontece porque a maioria dos produtos vem de outras regiões e estados, para se ter uma ideia nessa época do ano a maior parte dos legumes vem da região norte ali de Londrina, Maringá, Curitiba. A batata e a cebola de Irati, Guarapuava. E as frutas de outros estados como São Paulo, a manga e o melão do nordeste, a maçã de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Por isso a princípio essa falta de chuva não afeta nosso abastecimento aqui na região de Cascavel. Os preços também se mantém estáveis, comparando com o mês passado”, explica Olívar da Rocha, analista de mercado da Ceasa de Cascavel.

Como fazer o controle das pragas?

Em relação à pragas e doenças critérios técnicos devem ser seguidos para que ocorram as aplicações. Para cada praga há níveis de controle, que são acompanhados através de monitoramentos constantes nas lavouras por isso é importante se atentar aos detalhes.

“As aplicações preventivas para pragas não se sustentam e só se justificam quando estes níveis forem atingidos para que não afete o rendimento das culturas. Para as doenças, como no caso, a maioria é causada por fungos, em virtude da baixa umidade, não temos visto ocorrência nas lavouras, não justificando aplicações neste momento, já que o desenvolvimento de doenças é altamente influenciado pelas condições climáticas favoráveis”, explica Ricielly.

 

Caso as aplicações sejam necessárias, é preciso seguir as recomendações da tecnologia de aplicação, para que ocorra o melhor aproveitamento dos produtos e não ocorram também danos por fitotoxicidade (capacidade que alguns agentes abióticos ou seja, aqueles que não tem vida como os seres e plantas, a exemplo do clima e fungicidas têm de causarem danos, em sua maioria permanentes), às plantas, já que estas se encontram em situação de estresse hídrico

“A umidade relativa do ar que proporciona uma boa aplicação encontra-se acima de 60%. A temperatura também deve ser observada, pois temperaturas elevadas acima de 30°C causam evaporação das gotas de pulverização, além de dificultar a absorção e a translocação dos agrotóxicos nas plantas. A velocidade dos ventos deve ficar entre 3km/h a 8km/h e por fim e muito importante também observar é a utilização das pontas de pulverização e pressão adequadas a cada produto que será aplicado, evitando derivas e garantindo a deposição no alvo desejado”, finaliza Ricielly.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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