Nova Ferroeste liga estados do sul a modal de integração
A construção da Nova Ferroeste, linha férrea que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, no Litoral paranaense, vai representar uma nova linha de integração com as demais regiões brasileiras e com a América do Sul. O projeto da futura ferrovia foi apresentado terça-feira (30) aos governadores dos estados que compõem o Conselho de Integração e Desenvolvimento Sul (Codesul) – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que a malha vai representar um novo marco na logística nacional, atendendo à demanda crescente dos principais estados produtores do País, tanto na agricultura, como na pecuária.
“Estamos há dois anos e meio dedicados a esse projeto, já desenvolvemos os estudos econômico, ambiental e de engenharia, com uma integração com as equipes do Mato Grosso do Sul”, explicou. “Os estudos da ferrovia, que será extremamente sustentável, já foram entregues ao Ibama e esperamos que ele vá a leilão na Bolsa de Valores no primeiro semestre do ano que vem”.
Com 1.304 quilômetros de extensão, o projeto prevê a revitalização e ampliação do atual traçado da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava, além da construção de um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel. Também há a possibilidade de implantação de outro ramal até Chapecó, em Santa Catarina.
Com isso, a ferrovia absorve a produção do Sul e do Centro-Oeste, além de poder escoar, pelo Porto de Paranaguá, a produção de países como o Paraguai e Argentina. Em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba, a ferrovia deve se conectar à Malha Sul, que atravessa os três estados da região.
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Além disso, a partir de Maracaju é possível fazer a conexão com outras ferrovia estratégica da América do Sul, a Malha Oeste, que atravessa os estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo e se conecta à Malha Paulista, maior via férrea do País, e à Transamericana. A partir daí, é possível a ligação até a Bolívia e também a integração até o Oceano Pacífico, a partir do Chile e do Peru.
Para o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, essa integração logística é essencial para o desenvolvimento de toda a região. “A integração entre o Atlântico e o Pacífico e às outras malhas ferroviárias brasileiras serão artérias que se conectam e dão mais competitividade aos produtos dos nossos estados, que são economias crescentes”, disse. “Pagamos um custo muito alto pelo apagão logístico brasileiro. Temos produção e competitividade na produção, mas perdemos muito isso com a logística”.
Demanda de escoamento
Um estudo encomendado pelo Governo do Paraná aponta uma demanda de escoamento de 38 milhões de toneladas/ano de produtos já no primeiro ano de operação. Com isso, a Nova Ferroeste deve se tornar o segundo maior corredor de grãos e contêineres do País, atendendo o transporte principalmente de soja e proteína animal. Boa parte dessa produção deve ser escoada pelo Porto de Paranaguá, seguindo para países da Ásia, Europa e África.
O Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) já foram concluídos e, na última semana, o Governo do Estado deu entrada no pedido de Licença Prévia Ambiental.
Nesta quarta-feira (1º), terá início a sondagem de mercado com empresas interessadas em conhecer um pouco mais sobre o projeto. Serão seis dias de reuniões virtuais com 20 empresas, entre as maiores operadoras de ferrovias do mundo, além de grandes fundos financiadores.
O investimento na Nova Ferroeste é estimado em R$ 29,4 bilhões. O vencedor do leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), programado para o segundo trimestre de 2022, vai executar a obra e explorar o empreendimento por 70 anos. A apresentação aos governadores do Codesul foi realizada por Luiz Fagundes, coordenador do plano ferroviário do Paraná.
Fonte: AEN