ONÇA

Dia da onça-pintada: espécie importante na conservação ambiental

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| 29 de novembro é dia da Onça-Pintada, espécie que está em extinção. Ela é o maior felino das Américas, espécie emblemática das matas brasileiras, a onça é importante para as ações de conservação.

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Por estar no topo da cadeia alimentar e necessitar de grandes áreas preservadas para sobreviver, esse animal que ao mesmo tempo é temido, é também muito admirado é um indicador de qualidade ambiental. A ocorrência desses felinos em uma região indica que ele ainda oferece boas condições que permitam a sua sobrevivência.

As crescentes alterações ambientais, assim como o desmatamento e a caça às presas silvestres e às próprias onças são as principais causas da diminuição da população de onças no Brasil. Reduzir essas ameaças é fundamental para garantir a sobrevivência da onça-pintada e a integridade dos ecossistemas.

Em Foz do Iguaçu, oeste paranaense existe o projeto institucional do Parque Nacional do Iguaçu “Onças do Iguaçu” que tem como missão principal a conservação da onça-pintada como espécie-chave para a manutenção da biodiversidade na região do Parque.

O PROJETO

Yara Barros é bióloga e coordenadora executiva do “Onças do Iguaçu” e diz que a iniciativa começou nesse formato em 2018, mas antes já existia um projeto parecido que se chamava carnívoros do Iguaçu.

Yara explica que atualmente o projeto atua em três linhas: pesquisa, coexistência e engajamento: “Na pesquisa a gente trabalha com monitoramento contínuo das onças com a captura, instalação de colares, armadilhas fotográficas, estudo da base de presas para as onças dentro do parque nacional, uso de área de vegetação externa ao parque, dietas. Trabalhamos bastante com engajamento a gente tem projetos como: onça na escola, papo de onça com moradores do entorno, visitas aos municípios lindeiros ao parque para atendimento a predações, orientação para práticas de manejo, orientação para que as pessoas não tenham medo.”

ALGUNS REGISTROS

Durante o mês das onças, o projeto divulgou vídeos gravados ao longo dos anos mostrando os animais na mata. Um desses vídeos mostra a onça Indira que nasceu em 2018 e de lá pra cá já apareceu muitas vezes nas câmeras instaladas pelo parque. Indira já teve um filhote chamado Aritana, que já cresceu bastante desde o nascimento.

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A outra onça que aparece muito é a Cacira, ela foi registrada pela primeira fez em 2018, mas no ano seguinte já apareceu com seus dois filhotes: Angá e Sapeca. Em 2021, Cacira não ficou longe das lentes primeiro ela apareceu com o companheiro, Kaluanã. Dias depois ela foi registrada com dois filhotinhos que tinham de 8 a 9 meses. Cacira teve quatro filhotes em um período de três anos. É um orgulho do grupo que acompanha os animais.

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E para finalizar os registros por aqui, não poderia faltar um macho que gosta muito de destruir as armadilhas fotográficas, o Peter. Ele foi registrado pela primeira vez em junho de 2021 de lá pra cá ficou conhecido como o terror das armadilhast, até agora ele já destruiu cinco equipamentos, mas segundo a equipe do projeto onças do Iguaçu ele pode tudo e já é um xodó de todos.

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A UNIÃO FAZ A FORÇA

O esforço de atividades feito em união pelo projeto, Parque Nacional do Iguaçu e moradores da região tem surtido um efeito surpreendente e trazido resultados muito positivos: “Na década de 90 a população local de onças estava quase extinta tinha entre 9 e 11 felinos, essa população vem se recuperando graças a um conjunto de esforços, ao combate a caça feito pelo parque. Então a importância do monitoramento, do estudo das onças, o trabalho com as comunidades é fundamental, para que essa que essa espécie que é extremamente ameaçada possa ter continuidade”, finaliza Yara.

A última estimativa do número de onças no Parque Nacional do Iguaçu é de 2018, que aponta uma média de 28 felinos do lado brasileiro.

O QUE FAZER SE ENCONTRAR UMA ONÇA

A onça naturalmente não oferece risco aos seres humanos, mas segundo o médico veterinário Rodrigo Neca Ribeiro, quando alguém encontrar uma onça, seja onde for é preciso seguir algumas orientações: “Está se tornando comum o aparecimento de onças, a maioria avistada na região é a onça parda.  Isso é um sinal que os corredores de biodiversidade estão funcionando e que essas onças estão transitando entre essas áreas de preservação. O que nós sempre orientamos é que se qualquer pessoa ver uma onça, não se assustar, porque a partir do momento que ela ver você, ela vai ela vai seguir seu caminho vai fugir, né? Então não apresenta risco para os seres humanos. Claro não estou colocando situações em que pessoas entram dentro da mata a noite ou animais de estimação, mas para os seres humanos caso ver uma onça, ela não tem não apresenta perigo. ”

RECOMENDAÇÃO DO IAT

A recomendação é entrar em contato com o IAT (Instituto Água e Terra) e forneça maior quantidade de dados possível, como fotos de vários ângulos da carcaça. O material é importante para a identificação e para que os técnicos possam agir conforme o caso.

Caso sejam encontradas nas proximidades fezes e pegadas, a orientação é para que sejam enviadas fotos com objetos de referência ao lado, para verificar o tamanho dos vestígios. Na suspeita de onça espreitando pela região, a orientação é que, em primeiro lugar, não sejam disseminados rumores antes da confirmação do órgão, a fim de evitar o pânico. Caso seja confirmada a presença de onça, é importante que as pessoas evitem andar sozinhas, principalmente no período da noite, e evitem deixar crianças desacompanhadas. Luzes acesas do lado fora da residência ajudam a afugentá-las.

Se encontrar uma onça, é importante manter a calma e se afastar lentamente, sem dar as costas e nem se abaixar. Caso ela comece a se aproximar, é possível levantar os braços e fazer barulhos bem altos, para parecer maior e tentar assustá-la. Se estiver dentro de um veículo, feche as janelas e espere o animal ir embora sozinho. É importante ressaltar que são raros os casos de ataques de onças.

O registro com vídeos e fotos devem ser repassados ao IAT, junto com a localização do avistamento. Também é possível entrar em contato com o Batalhão da Polícia Ambiental – Força Verde pelo telefone 181.

(Débora Damasceno/ Sou Agro)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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